Deu-se algo inédito em nossa política. Cid Gomes anuncia pretensão de candidatar-se ao Senado com enorme antecedência. Logo Cid, um político calculista que sempre levou o anúncio de suas decisões ao último segundo da prorrogação.
É claro que o ex-governador está pressionado pelas novas circunstâncias que se formaram no Ceará. A atitude sugere que Cid já não tem o garfo e a faca nas mãos e precisou antecipar o anúncio da candidatura. No mínimo, para manter a tropa coesa e não deixar vácuos. No mínimo.
Noutra frente, Ciro Gomes solta de público, em alto e bom som, um elogio ao senador Tasso Jereissati (PSDB), que desde 2010 é o alvo preferencial do seu grupo político no Ceará. Tem alma querendo reza. Afinal, se tem uma coisa que move Tasso em relação ao ex-amigo é o fígado. E Tasso anda bem na fita nacional.
Numa terceira frente, Camilo Santana, o petista acidental (por enquanto), rasga mais e mais elogios a Tasso. O governador está de olho no que importa para si: a reeleição. Sonha em uma grande frente em seu apoio. Uma reedição mal ajambrada da União pelo Ceará de 1962.
A política parece perder a capacidade de se reinventar. Porém, tudo o que acontece no País não há de ser sem vão. Continuo apostando de que “o novo” será uma enorme demanda popular.
Velhinhos que loteiam governos para ganhar a eleição e governar correm o risco de serem varridos do mapa. Isso só prospera se “o novo” não conseguir ocupar o vácuo e se credenciar como opção.
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