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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

ESTUDO MOSTRA QUE,EM TRÊS ANOS,PAÍS PERDEU ATÉ R$ 31 BILHÕES POR CONTA DA ZIKA

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, agosto 17, 2017   Sem Comentários


De acordo com o Pnud, a população brasileira sob o risco de infecção pelo zika chega a 120 milhões de pessoas.


A epidemia de zika veio para ficar, a suscetibilidade à doença tem relação direta com a pobreza e as estratégias de combate à proliferação do vírus precisam de investimento e do envolvimento das comunidades. 

O relatório Uma avaliação do impacto socioeconômico do vírus zika na América Latina e Caribe, divulgado ontem pelo escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), traz conclusões que vêm acompanhadas pela estimativa do prejuízo. Só no Brasil, as perdas por conta da doença podem somar, ao longo de três anos de epidemia, de R$ 14,6 bilhões a R$ 31,7 bilhões.


De acordo com o Pnud, a população brasileira sob o risco de infecção pelo zika chega a 120 milhões de pessoas. O Brasil — por conta da extensão territorial, das condições sociais e sanitárias precárias às quais está sujeita grande parte da população — é o que apresenta maior potencial de pessoas infectadas nas Américas. Até agora, de 51 países, só o Chile, o Uruguai e o Canadá não apresentaram casos locais. O contágio de até 298 milhões de pessoas nas Américas, entre 2015 e 2017, poderá causar prejuízo de R$ 22,2 bilhões a
R$ 57,2 bilhões, variando conforme o cenário.


“Para os governos eliminarem a lacuna de acesso e utilização dos serviços de saúde aos grupos vulneráveis de baixa renda é essencial tratar das questões mais amplas de desigualdade social”, informa o relatório ainda na parte reservada às conclusões, onde também há a constatação de que a epidemia representa um profundo desafio na busca por equidade. 

“O impacto é desproporcional sobre os países mais pobres da região (América Latina e Caribe), bem como sobre os grupos mais pobres e vulneráveis, especialmente as mulheres em comunidades periurbanas”, continua o documento.


“O zika chegou, vai ficar e, em algum momento, teremos novo surto, por isso o trabalho de controle é tão importante”, alerta o representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Joaquín Molina. “Ainda temos muitas perguntas por responder e, a toda hora, chegam novas informações, novas ideias, novos desafios e, possivelmente, o Brasil será o país mais importante para responder às perguntas ainda sem resposta”, conclui Molina, ao destacar o perfil predominante das vítimas da doença: negro, pobre e morador da periferia das grandes cidades.


A OMS reconheceu a doença como emergência de saúde pública de importância internacional em fevereiro de 2016. E isso tem a ver com a constatação de que a infecção tinha relação com defeitos congênitos. O vírus se alastrou por quase toda América, chegou à Ásia e à África e se tornou ainda mais desafiador por causa da evidência de complicações neurológicas. Essa face cruel da doença afeta gestantes, com o risco de danos aos bebês por meio da microcefalia, o que implica prejuízos cognitivos definitivos. Pesquisas em curso buscam avaliar a relação da infecção pelo vírus com rigidez muscular, convulsões, irritabilidade e problemas de alimentação, visão e audição.

Recomendação
O documento do Pnud lista seis recomendações para que os governantes enfrentem a epidemia de zika. O primeiro item é a proposição de que os planejamentos orçamentários dos países passem a considerar definitivamente esta realidade, levando em conta a necessidade da adoção de planos de contingência para respostas fortes e abrangentes. 

“É preciso a busca de maneiras diferentes para lidar com o orçamento, inclusive trabalhando efetivamente com o setor privado, as empresas de turismo, por exemplo”, diz a especialista em saúde do Pnud, Pallavi Yagnik. “Isso pressupõe a adoção de mudanças e inovações.”


A preocupação com recursos para financiar a pesquisa está presente entre os profissionais que lidam com o vírus. “Foi a existência de uma infraestrutura pré-instalada que permitiu o sequenciamento genético e a identificação da origem cepa do vírus que chegou ao Brasil, a confirmação da ocorrência de defeitos congênitos como consequência da infecção, a transmissão do vírus pelo sangue e o desenvolvimento de um teste sorológico para detecção do contágio”, explica o professor de imunologia clínica e alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Esper Kállas. “O investimento na ciência é fundamental e o corte de verbas destinadas a pesquisas é preocupante.”
CORREIOBRAZILIENSE

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