Com a prisão da Jacob Barata Filho no domingo, apenas um dos três principais empresários ligados ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) está solto.
A versão carioca da força tarefa da Lava Jato está prestes a fechar a trinca de empresários que abasteceu as campanhas fluminenses, em especial o PMDB, nos últimos 20 anos.
Depois da prisão dos empresários Marco Antônio de Luca, em junho, e Jacob Barata Filho, no domingo, os investigadores vão se aprofundar nos próximos meses sobre os contratos das empresas de “Rei Arthur”, como é conhecido o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, com o governo fluminense.
Arthur Soares é dono da Facility, empresa responsável por contratos de mão-de-obra terceirizada com braços em todas as esferas da administração pública fluminense.
No início deste ano, “Rei Arthur” prestou depoimento à força-tarefa no Rio, quando foi questionado sobre contratos de empresas dele com o governo do Rio e da proximidade com o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
Durante os dois mandatos de Cabral (2007 a 2014) e no atual de Luiz Fernando Pezão (PMDB), as empresas dele receberam mais de 3 bilhões de reais do governo. O empresário ainda é suspeito de pagar propina a dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para garantir a vitória do Rio na candidatura à Olimpíada.
Dentro da política carioca e fluminense, o trio Jacob Barata, Marco de Luca e Arthur Soares eram conhecidos como os “Reis do Rio” devido à grande quantidade de contratos de empresas deles nas últimas décadas com o governo estadual. Juntas, as empresas deles receberam mais de 10 bilhões de reais do estado do Rio.
Do trio, o primeiro a cair nas redes da Lava Jato foi Marco Antônio de Luca, chefe do cartel de alimentos, que lucrou cerca de 8 bilhões de reais nos governos Cabral e Pezão.
Ele foi preso em junho durante a Operação Ratatouille, que investiga o pagamento de propina em contratos de merenda e fornecimento de marmitas ao governo.
No domingo foi a vez de Jacob Barata Filho, sócio de várias empresas de ônibus no Rio, e filho de Jacob Barata, conhecido como o “Rei dos Ônibus”.
Barata Filho foi preso no Aeroporto Internacional do Galeão, enquanto tentava embarcar para Lisboa, em Portugal. Investigadores à frente dos desdobramentos da Operação Lava Jato no estado o monitoravam e suspeitavam que ele tentaria fugir do país, já que havia comprado uma passagem apenas de ida para a Europa.
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