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sexta-feira, 9 de junho de 2017

CID CERCADO E SEM EXPLICAÇÕES;JBS,GRENDENE,BNB E EASYAIR

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, junho 09, 2017   Sem Comentários


Os ventos não são nada favoráveis ao ex-governador e ministro Cid Gomes.Primeiro, a delação premiada do grupo JBS na Lava-jato, onde Cid Gomes foi acusado de receber propina de R$ 20 milhões em troca do pagamento para o grupo JBS de R$ 111 milhões em recursos do FDI, Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará.

Depois, a denúncia no Tribunal de Contas do Estado da relação incestuosa com Grendene, empresa que financia campanhas políticas para o grupo Ferreira Gomes, e que recebe quase todos os recursos do FDI cearense, 94% só em 2016.

Logo em seguida, a ‪acusação de fraude ‬contra o Sistema Financeiro Nacional, ‪na qual Cid virou réu em processo do Ministério Público Federal na ‬18ª Zona Federal de Sobral, por causa de um empréstimo temerário tomado no BNB de R$ 1,3 milhão.

E agora, o embargo e a multa de R$ 6 milhões pela mansão construída na grilhagem de uma área de proteção ambiental na Serra da Meruoca.
Quatro episódios que expuseram para o grande público bastidores, até então desconhecidos, com o mundo empresarial.

Caso JBS — O empresário da JBS Wesley Batista afirmou em uma delação premiada que o ex-governador do Ceará Cid Gomes cobrou e recebeu R$ 20 milhões em propina para usar na campanha do atual governador do Ceará, Camilo Santana, em 2014.

Batista detalhou como o valor foi repassado e comprovou como recebeu na troca R$ 110 milhões devidos pelo estado do Ceará em crédito de ICMS, "Foram pagos R$ 9,8 milhões por meio de notas fiscais falsas, que estão aí nos anexos, e foram pagos R$ 10,2 milhões por meio de doações oficiais a vários candidatos, inclusive pro governador Camilo", indicando nome e CNPJ dos fornecedores e prestadores de serviço da campanha do Camilo 2014, que emitiram notas frias para JBS.

Em nota e em entrevista coletiva, Cid Gomes repudiou a delação: "Nunca recebi um centavo da JBS. Todo meu patrimônio, depois de 34 anos trabalhando, é de 782 mil reais, tendo sido duas vezes deputado, duas vezes prefeito e duas vezes governador"; acrescentando, "ter um vídeo entregando R$ 500 mil é uma prova, um áudio gravando o presidente é prova, mas contra mim é só uma fala sem provas.

Corrupção não é catapora, que passa pra outra pessoa. Ainda que eu fosse corrupto, o que não o que caso, isso não afeta Ciro", desviando o foco principal para uma possível perseguição política contra a candidatura presidencial do irmão Ciro Gomes, que ainda não decolou.

A resposta de Cid Gomes não convenceu e deixou perguntas no ar, isto porque Cid confirmou que esteve com o empresário Wesley Batista; e não explicou a coincidência nas datas das doações, feitas pela JBS para a campanha do Camilo, com os recursos liberados pelo Governo do Ceará a JBS; nem justificou como subiram R$ 12 milhões repassados para JBS em 2013 subiram para R$ 110 milhões em 2014, dentro do Programa de Incentivo às Atividades Portuárias e Industriais do Ceará.

Além de admitir a reunião com os irmãos Joesley e Wesley Batista em 2014, admitiu que tratou de política com os irmãos Joesly e Wesley, mas da política do estado de Goiás, não da candidatura de Camilo.

Em resumo, Cid Gomes admitiu mais do que desmentiu o empresário da JBS.

Por conta de tantas dúvidas no ar, a oposição subiu o tom do discurso na Assembleia Legislativa.
Um pedido de impeachment do governador Camilo Santana foi protocolado, uma CPI foi pedida, enquanto os deputados governistas escutavam a tudo calados, sem saber como rebater.

O governo estaria repassando os créditos devidos apenas em ano eleitoral, para fins de Caixa 2, foi o argumento mais usado pela oposição.

Caso Grendene — Durante a última sessão do TCE, Tribunal de Contas do Estado, o voto da conselheira Soraia Victor chamou atenção e colocou um pesado ponto de interrogação sobre a natureza incestuosa das relações tributárias entre a empresa Grendene e o governo do Ceará.
Em seu voto de 30 páginas, a conselheira destacou o fato do volume dos repasses do FDI, Fundo de Desenvolvimento Industrial, ser maior em anos eleitorais: "Verifica-se um comportamento intrigante: no ano de eleições, os valores pagos do FDI sofrem aumento considerável, chegando a zerar em exercícios que não há”, disse Soraia.

A conselheira foi rebatida pelo secretário estadual da Fazenda Mauro Filho — que acompanhava no plenário do TCE-CE, fato inédito, a análise das contas do governo estadual.

Mauro justificou, sem convencer, que os pagamentos do FDI ocorrem em menor volume em alguns anos, porque o "governo eleito exerce o direito de eleger suas prioridades", ainda afirmando que não haveria anormalidade no pagamento ser maior em ano eleitoral, alegando a necessidade do governo cumprir a LRF, Lei de Responsabilidade Fiscal.

Contudo, Mauro Filho nada falou sobre o fato da Grendene, uma empresa gaúcha, ser a maior beneficiária dos repasses do FDI, abocalhando sozinha 94,78% dos recursos do fundo cearense, R$ 68 milhões apenas em 2016.

A suspeita sobrou para Cid Gomes, e fez todo o Ceará recordar das muitas viagens internacionais do ex-governador no jatinho do empresário Alexandre Grendene, de quem Cid se considera um amigo pessoal de longa data.

Até agora Cid Gomes não se pronunciou sobre o caso.

Caso BNB — ‪Cid Gomes também foi acusado de crime ‬contra o Sistema Financeiro Nacional, ‪e virou réu em processo do Ministério Público Federal na ‬18ª Zona Federal de Sobral.

Juntamente com outras dez pessoas, Cid teria aditivado cálculos para aprovar empréstimo de R$ 1,3 milhão no Banco do Nordeste, em agosto de 2014.

O empréstimo foi concedido em em desacordo com normas do BNB, com previsão de faturamento impraticável, superestimando receitas.
O empréstimo, a juros baixos, foi tomado pela Corte Oito Gestão e Empreendimentos Ltda, empresa que tem Cid como sócio. Seria aplicado na construção de galpões; que seriam alugados para uma indústria de bebidas alcoólicas; que seria instalada em Sobral através de isenções fiscais dadas pelo governo do Ceará.

Além de Cid Gomes, foram citados como réus: Leonardo Bruno Torres Braga, Eliene Silveira Mendes, Aurileda dos Santos Oliveira (da Central de Crédito Clientes Varejo do BNB Ceará); Acy Milhomem (gerente geral da unidade do BNB em Sobral); Micael Gomes (gerente de negócios); José Wellington Tomas (gerente executivo); André Bernardo Ponte Lima, Richardson Nunes de Menezes, João Roberto Pereira de Messias (do Comitê Estadual do BNB); e Ricardo Sérgio Farias (sócio de Cid Gomes na empresa Corte Oito).

Através de sua assessoria de imprensa, Cid Gomes defendeu a regularidade do empréstimo, feito “sob as mesmas condições dadas a qualquer pessoa e com garantia real de três vezes o empréstimo contraído. Os recursos foram aplicados conforme o objeto contratado e já estão em fase de ressarcimento desde o ano passado, com todas as prestações pagas rigorosamente no prazo fixado”, disse Cid.

Caso EasyAir — Cid Gomes ainda foi multado em R$ 6 milhões por crimes ambientais na construção de imóvel, tipo mansão, na Serra da Meruoca, dentro de uma área de proteção ambiental, no topo da serra e com visão panorâmica para os vales da região, cercada por vegetação remanescente de Mata Atlântica.


Além da multa milionária, a construção foi embargada pelo Ibama e ICMbio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Os fiscais identificaram que a obra avançou na área, que foi além dos 500 metros quadrados autorizados pela prefeitura da cidade de Meruoca. E também lavraram nós autos que — além do avanço na área do terreno, prática conhecida no mundo imobiliário como grilhagem — aconteceu o desmatamento de quase 15 mil metros quadrados na vegetação.

A obra está no nome de uma empresa, Terra Nova e Comunicações LTDA, criada em março de 2017 por Cid e pelo empresário sobralense Antônio Disraeli Azevedo Ponte, dono da Easy Air, empresa de táxi aéreo que recebeu R$ 54,6 milhões durante o governo Cid Gomes, entre 2007 e 2014.
O empresário Disraeli, considerado amigo de infância do Cid Gomes, recebeu do amigo um tratamento de pai pra filho, que o ajudou a fechar aluguéis de ambulâncias nos estados da Paraíba e do Pernambuco, então governados por políticos do PSB, partido ao qual era filiado Cid Gomes, antes de romper com o governador pernambucano Eduardo Campos. Só na Paraíba, Disraeli alugou 32 ambulâncias por R$ 9 milhões.

Disraeli ainda recebeu puxões de orelha do SUS e do Ministério Público Federal.

Em nota oficial
Cid Gomes negou as irregularidades, alegando possuir alvará de licença da prefeitura de Meruoca para construir. E assim como prometeu entrar na Justiça contra o Grupo JBS, também acionará a Justiça contra o embargo e a multa, taxando-a de "arbitrária e descabida". Cid se disse "vítima de clara perseguição política", em razão do superintendente do Ibama no Ceará, Herbert Lobo, ser apadrinhado do senador Eunício Oliveira (PMDB), seu adversário político no Ceará.
Disraeli Ponte e Cid

Cid e Alexandre Grendene



Governo do Ceará asfaltou a estrada até os galpões do Cid Gomes

Obras na Serra da Meruoca
E-mail trocado entre diretores do BNB: "Conversemos pessoalmente".CEARÁEMOFF





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