Pages

terça-feira, 30 de maio de 2017

'JORNAL INGLÊS FINANCIAL TIMES': "NINGUÉM NUNCA ACREDITOU QUE TEMER FOSSE SANTO"

Por ipuemfoco   Postado  terça-feira, maio 30, 2017   Sem Comentários


Menos de 15 dias após publicar um caderno especial de oito páginas sobre o Brasil, destacando que a recessão dava sinais de que estava chegando ao fim, que o governo
cortava gastos e dava andamento às reformas, o jornal britânico Financial Times apresentou em sua edição de hoje um duro editorial dizendo que o País precisa de "mãos políticas limpas" para tocar os avanços da Previdência e do mercado de trabalho e que a possibilidade de a recessão voltar, cresceu. 

"Ninguém nunca acreditou que (o presidente, Michel) Temer fosse santo", trouxe a publicação.

O periódico continua dizendo que, mesmo antes de assumir o poder, depois que a presidente Dilma Rousseff sofreu processo de impeachment, Temer era conhecido como um negociador de portas fechadas e que já estava contaminado pelo processo de investigação de corrupção denominada Lava Jato. 

Lembra que, no início de seu mandato, três ministros foram forçados a renunciar. "Ainda assim, embora sua administração não tenha sido menos corrupta do que a de Rousseff, era mais competente e desfrutava do apoio do Congresso", avaliou.

O veículo destacou que, quando o Congresso derrubou Dilma no ano passado, os investidores compraram a tese de que suas políticas populistas minaram a economia: a inflação, o desemprego e a dívida do País estavam aumentando e a moeda havia desmoronado. 


A remoção de Dilma restauraria a confiança, reverteria uma recessão de dois anos e daria um tom mais positivo ao mercado financeiro. 

Até este mês, comentou o FT, tudo ocorreu como imaginado, até que o novo presidente se envolveu em um escândalo, acusado de ter aprovado pagamento de subornos, conforme gravação feita por um empresário.

Da saída de Dilma até este episódio, a ortodoxia econômica começou a retornar. 


"Difíceis, mas necessárias, as reformas trabalhista, previdenciária e de segurança social começaram a avançar no Congresso. A inflação caiu, permitindo que o Banco Central cortasse as taxas de juros. Apesar dos baixos índices de aprovação de Temer, a confiança das empresas aumentou", enumerou o periódico.

Para a publicação, no entanto, essa tese otimista foi colocada em xeque com a possibilidade de Temer também ser forçado a deixar o cargo. O editorial citou que as provas contra o presidente são inconclusivas, que ele afirmou ser inocente e que ainda se mantém mais forte do que Dilma estava um ano atrás. 


"As elites políticas e empresariais sabem que a recuperação sustentada depende de suas reformas. Sua coalizão está desmoronando, mas ainda não desmoronou; uma das razões é que Temer não tem nenhuma substituição clara. Dilma, pelo menos, tinha um vice-presidente ansioso para tomar seu lugar."

A avaliação do Financial Times é a de que rapidamente Temer está perdendo apoio no Congresso, nas ruas e "talvez no judiciário" e que o "Temergate" estancou suas reformas. 


O veículo comenta também que o jornal O Globo, que trouxe o teor das gravações à tona, classificou o presidente de "descartável". 

A permanência no poder, conforme o veículo, pode ser mais uma causa do que uma solução para a crise. Mais uma vez comparando o caso ao famoso episódio de corrupção norte-americano, conhecido como Watergate, Temer estaria apenas buscando um perdão antes de renunciar.

O editorial mostra, então, as possibilidades de afastamento do presidente e diz que há chance de haver um interino escolhido pelo Congresso até a eleição presidencial do ano que vem. 


"Duas remoções presidenciais em dois anos seriam notáveis. No entanto, os mercados estão se mantendo", comparou. O seu substituto não teria escolha se não continuasse as reformas, de acordo com o FT e, por esta perspectiva, de acordo com o jornal, quanto mais cedo ele sair, talvez seja melhor para o País.

Por fim, o jornal opina que o País não enfrenta uma crise financeira iminente, mas que a chance da retomada da recessão aumentou. 


"Politicamente, o futuro está bem aberto. "O expurgo de políticos corruptos, por meio do espectro ideológico, é necessário", trouxe a edição acrescentando que todos os políticos ficaram em descrédito. 

"A percepção popular é de uma elite mais interessada em ficar fora da cadeia do que em governar. Esta é uma estrada perigosa que poderia criar uma abertura para oportunistas e populistas em 2018. Qualquer calma de mercado pode ser breve", avisou. ESTADÃO


Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee