O Vaticano atravessou a era moderna protegido por uma muralha de secretismo e de silêncio, em que desvios
internos, crimes e discussões raramente chegavam aos ouvidos de quem estava tirando fotos na Praça São Pedro, em Roma.
internos, crimes e discussões raramente chegavam aos ouvidos de quem estava tirando fotos na Praça São Pedro, em Roma.
Essa tranquilidade foi arruinada neste século com a revelação de vários casos de pedofilia e de corrupção dentro da instituição. Nos últimos seis meses, foi a vez de as brigas internas extravasarem para o grande público, com o papa Francisco sendo atacado sem misericórdia por críticos conservadores de dentro e de fora do Vaticano.
Cardeais deram entrevistas falando abertamente contra ele, grupos anônimos pregaram cartazes críticos em Roma e ativistas antiaborto postaram na internet um vídeo com insinuações e maldades a respeito do pontífice. No domingo 19, ele deu o troco sutil: “Os inimigos são todos aqueles que falam mal de nós, que nos caluniam e nos fazem mal. E não é fácil digerir isso. Estamos chamados a responder a todos eles com o bem”.
A origem das críticas está na mudança avançada que Francisco pretende imprimir à relação entre a Igreja e os fiéis divorciados. Pelo dogma católico, o casamento é indissolúvel. Se uma pessoa se separa e se casa novamente, comete um pecado e não merece a comunhão na missa.
O papa João Paulo II declarou que a única maneira de esses indivíduos serem novamente aceitos e participarem dos sacramentos consistiria em viverem como “irmão e irmã”. É uma solução obviamente esdrúxula e inaplicável no mundo de hoje, que só afasta os separados da Igreja.
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