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sábado, 10 de dezembro de 2016

QUEM VAI JUNTAR OS CACOS

Por ipuemfoco   Postado  sábado, dezembro 10, 2016   Sem Comentários


A autodesmoralização do Supremo Tribunal Federal (STF) na decisão sobre Renan Calheiros (PMDB-AL) completou o
ciclo de descrédito do aparato institucional brasileiro. A crise é grave e sistêmica. 

E não se vislumbra saída. Não apareceu, na vida pública nacional, nenhum indivíduo, que dirá grupo político de expressão, capaz de indicar um rumo para a travessia. É triste e perigoso.

O presidente da República chegou ao cargo em processo questionado internacionalmente e mal passa dos dois dígitos de popularidade. A Câmara dos Deputados cassou o presidente que foi um dos mais poderosos de sua história, o grande patrono do impeachment de Dilma Rousseff (PT). 

Não limpou sua barra com isso: ainda há dezenas de deputados alvos de inquérito na Lava Jato e outros tantos citados. O Senado tem, pela primeira vez, um réu no STF como presidente. E a mais alta Corte do País deixou passar o desafio feito por esse mesmo presidente do Senado, baixou a cabeça, mergulhou em conchavos políticos e fez um arranjo em nome da governabilidade do governo Michel Temer (PMDB).

O STF abriu mão do papel de zeloso guardião da Constituição para se tornar garantidor da precária estabilidade política do Poder Executivo. A decisão da última quarta-feira foi mais que uma decisão esdrúxula. O tribunal se rebaixou, apequenou-se.

As instituições estão desmoralizadas umas perante as outras e diante da população. Ao se imiscuir em conchavos políticos, o Supremo deixou de ser o poder moderado, distanciado das questões partidárias, a quem cabe resguardar os fundamentos que regem o Estado brasileiro.


HORIZONTES TURVOS

A base governista não tem respaldo popular. Michel Temer (PMDB) sempre argumenta que foi eleito ao lado de Dilma, e é verdade. Mas, foi eleito com um grupo e uma plataforma. Mas, governa com as forças que perderam a eleição e com o programa que foi derrotado nas urnas. 

As principais alternativas neogovernistas para a eleição de 2018 estão mais enroladas na Lava Jato do que Dilma estava. A notícia de ontem era de que Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu dinheiro da Odebrecht, segundo delação. Junta-se, assim, a Aécio Neves e José Serra, tucanos também citados.

As antigas forças governistas, atual oposição, saíram com popularidade no ralo, mergulhadas em escândalos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as pesquisas.

Tem percentuais entre 20% a 30%. É impressionante diante da quantidade de más notícias que o cerca. Mas, provavelmente é pouco numa fase em que o fato de o pré-candidato ser conhecido pesa muito nas pesquisas. 

Além do que, são enormes as dúvidas sobre qual será sua situação com a Justiça até 2018. Ontem, foi apresentada a quarta denúncia contra ele. Fora o ex-presidente, o PT não criou nomes de densidade nacional.

Fora do eixo PSDB-PT, o que há como opção é Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSC). São personalidades acima de projetos políticos.

Nenhum demonstrou propriamente, até aqui, grandeza e postura de estadista em meio a esses escândalos. Muito menos capacidade mobilizadora de rearticular essa sociedade em frangalhos.

Essa falta de opções é perigosa. Favorece o aparecimento de aventureiros, nomes isolados, de fora da política. Não raro, conduz ao aumento do autoritarismo. É muito importante que a política se articule e construa soluções. Esse caminho, todavia, está bastante difícil. No quadro atual, é improvável.

REACOMODAÇÃO DE FORÇAS NO CEARÁ

Emblemático o encontro ocorrido ontem entre o senador Tasso Jereissati (PSDB) e o deputado federal Domingos Neto (PSD). É marco da reacomodação de forças políticas depois do rompimento entre Governo do Estado e o conselheiro Domingos Filho, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e pai do deputado. 

É apenas um princípio de conversa. Mas, emite recado ao Palácio da Abolição e ao clã Ferreira Gomes. Tasso já é aliado ao senador Eunício Oliveira (PMDB) e ao Capitão Wagner (PR). Domingos Filho tem sob sua liderança considerável bloco na Assembleia Legislativa, que reúne PSD e PMB, além de grande número de prefeitos. 

Aliados, representam poderio político como os Ferreira Gomes não enfrentaram desde a chegada ao poder, prestes a fazer dez anos.

ROBIN HOOD ÀS AVESSAS

A idade mínima de 65 anos para aposentadoria, reajustada conforme aumenta a expectativa de vida, prejudica quem começa a trabalhar mais cedo. E, também, quem trabalha em atividades braçais e extenuantes. Alguém imagina operário da construção civil trabalhando até os 65 anos? Ou cortador de cana? 

O que acabará acontecendo é essa população, com menores salários e condições de trabalho mais desgastante, contribuir sem nunca vir a se aposentar. Contribuirão, assim, para pagar as aposentadorias de quem tem ocupações menos extenuantes. É injusto e desumano.O POVO

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