O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que ainda tramita no Senado Federal, inflamou os
ânimos de diversos setores da sociedade, intensificando, assim, o discurso polarizador, dicotômico, e acirrando o debate ideológico nos últimos meses no Brasil.
ânimos de diversos setores da sociedade, intensificando, assim, o discurso polarizador, dicotômico, e acirrando o debate ideológico nos últimos meses no Brasil.
O clima do atual cenário político brasileiro deverá refletir na eleição municipal que se avizinha, podendo ser decisivo em algumas capitais
O POVO.dom conversou com cientistas políticos e integrantes de movimentos sociais da esquerda e da direita atrás de uma antecipação do debate que poderá vir na disputa eleitoral de outubro. Em que perspectiva o duelo ideológico poderá tomar o protagonismo no discurso eleitoral nas disputas municipais?
Para o cientista político da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Oswaldo Amaral, “é óbvio que o cenário nacional vai impactar principalmente nas grandes capitais”. No entanto, ressalta, a discussão local, comum de uma eleição municipal, vai dominar a pauta em cidades menores.
Amaral entende que o acirramento nacional entre direita e esquerda - representado em diversas manifestações de rua nos últimos anos - pode causar sim reflexos em lideranças locais que tenham relação direta com Brasília.
É o caso do prefeito que tenta reeleição em São Paulo, Fernando Haddad (PT), e da deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), na eleição que deverão disputar o poder nos seus municípios.
“O desgaste do PT é tão grande que se o (Fernando) Haddad for entrar em um debate ideológico vai acabar saindo ainda mais prejudicado. Ele tem que discutir os temas relacionados à cidade. É natural também que Luizianne (Lins) sofra ataques dos adversários pela atual condição do partido”, avalia o pesquisador que sugere o caminho do debate local para casos como esses.
O cientista político da Universidade de Fortaleza (Unifor), Francisco Moreira Ribeiro, avalia que o cenário atual vai ser intensificado no âmbito do discurso ideológico, entre direita e esquerda, durante as eleições municipais, tendo em vista o surgimento de figuras nacionais que cresceram nos últimos meses a partir de um posicionamento ideológico mais claro, de representação de alguns setores sociais.
“Normalmente há uma complexidade muito grande no cenário político quando você tem o País dividido. E é esse cenário que vai galvanizar, do ponto de vista ideológico, o processo eleitoral”, ressalta o pesquisador.
Eleição local
Em Fortaleza, Ribeiro supõe que nessa conjuntura política e eleitoral os votos da esquerda se vejam mais representados na candidatura da ex-prefeita Luizianne Lins (PT). No âmbito da direita, o professor acredita que o deputado estadual Capitão Wagner (PR) apareça com maior representatividade para esse setor.
O prefeito Roberto Cláudio (PDT) ficaria, portanto, mais ao centro, longe dos holofotes ideológicos entre um campo e outro.
Heitor Freire, do Direita Ceará, afirma que o movimento não identifica nenhum candidato em Fortaleza que represente o discurso da direita para a necessidade de formalizar o apoio no pleito municipal da Capital.
“O movimento acredita que não existe nenhum candidato que represente a direita, como (deputado) Jair Bolsonaro (PSC-RJ), por exemplo. Então a gente está avaliando por eliminação”.
“O movimento acredita que não existe nenhum candidato que represente a direita, como (deputado) Jair Bolsonaro (PSC-RJ), por exemplo. Então a gente está avaliando por eliminação”.
Hugo Dantas, militante do Movimento Rua, afirma que a organização social deverá participar do debate das ruas com objetivo de intensificar a discussão de bandeiras.
“Com certeza haverá um embate ideológico. A sociedade, até pela intensidade do debate político, precisa ter as ideias bem mais posicionadas. A gente já faz oposição à gestão RC, ainda mais agora com o anúncio do Moroni como vice, e da candidatura do Capitão Wagner que faz um debate militarizado da juventude”.
“Com certeza haverá um embate ideológico. A sociedade, até pela intensidade do debate político, precisa ter as ideias bem mais posicionadas. A gente já faz oposição à gestão RC, ainda mais agora com o anúncio do Moroni como vice, e da candidatura do Capitão Wagner que faz um debate militarizado da juventude”.
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