Investigação que apura desvios na Prefeitura de Ipu no caso do escândalo dos banheiros acusou a participação do prefeito da cidade, Sávio Pontes (PSD).
Processo aguarda decisão de juiz desde 15 de junho último.
Município com o maior volume de recursos desviados no escândalo dos banheiros, Ipu teve envolvimento do então prefeito e delação premiada de acusado na fraude de construção dos kits sanitários. O processo foi concluído em 15 de junho deste ano e aguarda decisão do juiz da cidade.
Iniciada em 2010, a ação criminal de titularidade do Ministério Público (MPCE) denunciou desvio de R$ 3,6 milhões em licitações da prefeitura para fornecimento de 2.108 banheiros.
O processo acusou participação do prefeito de Ipu, Sávio Pontes (PSD), na contratação de convênio entre a Construcon Comércio e Construções Ltda. com a Secretaria das Cidades, em março de 2008.
À época representante legal e hoje descrito como sócio da construtora, o empresário Marcelino Cordeiro Maia fez delação premiada em janeiro de 2014 - homologada em agosto do mesmo ano -, quatro meses após ter prisão preventiva decretada. A empresa de Cordeiro, criada a apenas cinco dias da licitação da prefeitura, não possuía capital social exigido pelo edital até o julgamento da licitação.
De acordo com Luiz Gonzaga Correa, que era secretário Municipal de Saúde de Ipu no período, houve intervenção do prefeito na condução da licitação. Correa conta ter se negado a assinar a documentação e que por isso foi “expurgado” do cargo, conforme processo do MPCE.
Dois dias após a celebração do convênio, R$ 1,5 milhão foi repassado pela prefeitura à Construcon e retirado em caixa. “Quinze dias depois, o resto do valor. Em menos de um mês, a quantia foi totalmente paga”, explica Lázaro Santana, promotor de Crateús que atualmente responde pelo município.
Segundo Santana, o processo aguarda decisão do juíz Lúcio Cavalcante, da Comarca de Ipu, e a localização de um dos acusados, Francisco Eduardo Sousa, que havia sido confundido com um homônimo. Até o momento, não houve condenações e restituição do valor.
O POVO procurou a defesa do ex-prefeito Sávio Pontes, mas não obteve retorno.
Saiba mais
Em 22 de junho de 2012, Sávio Pontes (PSD), ex-prefeito de Ipu, foi preso ao se apresentar ao Quartel do Corpo de Bombeiros e retirado da função.
Em apenas cinco dias, o ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Reis revogou a decisão e restituiu o cargo do prefeito. O POVO
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