Empurrado para a oposição, o PT acusa o governo interino do PMDB de Michel Temer, até ontem seu aliado, de “abalar uma das principais conquistas do Brasil nos últimos anos: o efetivo combate à corrupção”.
Em nota oficial, o PT sustenta que os mecanismos de “combate a atos ilícitos” foram ampliados durante os governos de Lula e Dilma. E menciona três iniciativas que mostram que o novo governo “é conivente com a corrupção”
1. A conversão de investigados da Lava Jato em ministros de Temer;
2. A trasnformação da CGU num ministério fora do organograma da Presidência da República;
3. A declaração do ministro Alexandre Moraes (Justiça) favorável a que o presidente da República não nomeie obrigatoriamente para a chefia da Procuradoria-Geral da República o mais votado em uma lista tríplice da corporação —hipótese já descartada por Temer.
A nota é uma evidência da dificuldade que o petismo enfrentará para se reambientar na oposição. Depois do mensalão e do petrolão, qualquer manifestação do PT contra a corrupção soa como piada. No assalto à Petrobras, o PMDB foi sócio minoritário.
É como se o PT tocasse bumbo sob um telhado de vidro. Impossível negar a contribuição do partido no combate à corrupção. Nenhuma outra legenda ajudou tanto a desnudar os crimes do poder. Revolucionário, o PT combateu a corrupção praticando-a em proporções que deram visibilidade inédita ao descalabro.
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