Os primeiros testes com a chamada pílula do câncer em seres humanos serão realizados nas próximas semanas. Substância sintética, a fosfoetanolamina é esperança no
tratamento de vários tipos de câncer. Porém, até então, as experiências com o composto tinham sido efetuadas somente em animais como camundongos.
tratamento de vários tipos de câncer. Porém, até então, as experiências com o composto tinham sido efetuadas somente em animais como camundongos.
A nova pesquisa faz parte de dois estudos independentes e vai atestar os resultados da pílula. A verificação será feita em pessoas com câncer nos estados do Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro. A fosfoetanolamina é utilizada há mais de duas décadas sem permissão de comercialização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As informações são da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Uma das iniciativas será realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM-UFC) e pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Rio. O NPDM pretende, em agosto deste ano, testar quatro dosagens da provável droga anticâncer num grupo de 60 a 120 voluntários saudáveis para checar se há índices de toxidade.
De acordo com o professor da UFC e coordenador do núcleo, Manoel Odorico de Moraes, testes em pessoas sadias possibilitam saber qual a dosagem necessária a ser aplicada num paciente com câncer. “Fazer testes diretamente em pessoas diagnosticadas coma doença é um tiro no escuro”, avalia.
Caso aprovado, o composto será testado pelo Inca em até 200 pacientes, divididos em grupos de 50 pessoas – cada uma com um tipo de câncer que não responde ao tratamento convencional. Diagnósticos como o de melanoma (câncer de pele), de tumores malignos no colo do útero e na mama, por exemplo, serão enquadrados para o tratamento-teste.
Segundo Moraes, os testes feitos em animais não foram “alentadores”. Conforme o médico, pode ser que a fosfoetanolamina funcione em outros tipos de tumores diferentes dos que já foram testados.
Diante das mudanças político-econômicas com a posse do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), Moraes preocupa-se com o rumo da pesquisa, já que é previsto apoio dos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Com a contenção de despesas, não sei se irão repassar a verba”, diz. Além disso, ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu lei que autoriza a fabricação, distribuição e uso da pílula do câncer.
Pesquisa em São Paulo
Outra pesquisa será realizada pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), também nas próximas semanas. Antes dos testes elaborados pelo NPDM e Inca, o composto será colocado à prova em um grupo de dez pessoas diagnosticadas com a doença. O POVO procurou um porta-voz do Icesp para detalhar o procedimento em pacientes com câncer, mas não obteve resposta ontem. Mesmo com resultados positivos, será necessária a aprovação da Anvisa para comercializar o produto.
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Uma das iniciativas será realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM-UFC) e pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Rio. O NPDM pretende, em agosto deste ano, testar quatro dosagens da provável droga anticâncer num grupo de 60 a 120 voluntários saudáveis para checar se há índices de toxidade.
De acordo com o professor da UFC e coordenador do núcleo, Manoel Odorico de Moraes, testes em pessoas sadias possibilitam saber qual a dosagem necessária a ser aplicada num paciente com câncer. “Fazer testes diretamente em pessoas diagnosticadas coma doença é um tiro no escuro”, avalia.
Caso aprovado, o composto será testado pelo Inca em até 200 pacientes, divididos em grupos de 50 pessoas – cada uma com um tipo de câncer que não responde ao tratamento convencional. Diagnósticos como o de melanoma (câncer de pele), de tumores malignos no colo do útero e na mama, por exemplo, serão enquadrados para o tratamento-teste.
Segundo Moraes, os testes feitos em animais não foram “alentadores”. Conforme o médico, pode ser que a fosfoetanolamina funcione em outros tipos de tumores diferentes dos que já foram testados.
Diante das mudanças político-econômicas com a posse do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), Moraes preocupa-se com o rumo da pesquisa, já que é previsto apoio dos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Com a contenção de despesas, não sei se irão repassar a verba”, diz. Além disso, ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu lei que autoriza a fabricação, distribuição e uso da pílula do câncer.
Pesquisa em São Paulo
Outra pesquisa será realizada pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), também nas próximas semanas. Antes dos testes elaborados pelo NPDM e Inca, o composto será colocado à prova em um grupo de dez pessoas diagnosticadas com a doença. O POVO procurou um porta-voz do Icesp para detalhar o procedimento em pacientes com câncer, mas não obteve resposta ontem. Mesmo com resultados positivos, será necessária a aprovação da Anvisa para comercializar o produto.
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Os testes no NPDM
e no Inca fazem parte de estudos pré-clínicos e clínicos conduzidos pelos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação para estudar a fosfoetanolamina. Estão previstos até R$10 milhões para a pesquisa, que pode se estender por três anos. Já os estudos feitos pelo Icesp foram financiados pelo governo paulista e orçados em R$ 2 milhões. A investigação foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (Conep-CNS) e pela Anvisa.
Em outubro de 2015, a “pílula do câncer” foi tema de debate no Senado Federal, onde representantes da saúde pública, professores e parlamentares discutiram a liberação da fosfoetanolamina, distribuída gratuitamente. Somente em abril deste ano, mesmo sem a regulamentação da Anvisa, a presidente então em exercício, Dilma Rousseff, sancionou lei que autoriza o uso da substância sintética, já barrada pelo STF.OPOVO
e no Inca fazem parte de estudos pré-clínicos e clínicos conduzidos pelos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação para estudar a fosfoetanolamina. Estão previstos até R$10 milhões para a pesquisa, que pode se estender por três anos. Já os estudos feitos pelo Icesp foram financiados pelo governo paulista e orçados em R$ 2 milhões. A investigação foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (Conep-CNS) e pela Anvisa.
Em outubro de 2015, a “pílula do câncer” foi tema de debate no Senado Federal, onde representantes da saúde pública, professores e parlamentares discutiram a liberação da fosfoetanolamina, distribuída gratuitamente. Somente em abril deste ano, mesmo sem a regulamentação da Anvisa, a presidente então em exercício, Dilma Rousseff, sancionou lei que autoriza o uso da substância sintética, já barrada pelo STF.OPOVO
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