Com a proximidade da convenção nacional do PMDB, que poderá alterar em março o comando do partido, o vice-presidente Michel Temer fez um apelo ontem a deputados federais da sigla para que eles não agravem a divisão interna na legenda.
O receio é que um racha no processo de escolha do líder na Câmara em fevereiro gere novo conflito entre as bancadas do partido fortalecendo movimentos que articulam sua saída do comando peemedebista.
Desde que Temer falou, em agosto do ano passado, que o País precisava de um nome que o reunificasse, a oposição passou a vê-lo como uma opção para substituir Dilma Rousseff caso a presidente fosse afastada. De lá para cá, entretanto, o presidente nacional do PMDB desde 2001 viu sua influência sobre o partido se fragilizar.
Hoje, os peemedebistas estão divididos entre oposição e governo, e Temer enfrenta uma ofensiva comandada pelo presidente do Senado, o correligionário Renan Calheiros, contra sua permanência à frente da legenda.
Essa divisão interna do partido resultou numa queda de braço que tirou Leonardo Picciani, do PMDB fluminense, da liderança da sigla na Câmara e depois o reconduziu ao posto.
Limitações
Cientista político da Universidade Federal do Ceará (UFC), Uribam Xavier avalia que as disputas internas do PMDB se explicam pelo tamanho do partido. Quanto maior, segundo ele, mais tendências. “Tem briga interna para ver quem tem mais poder de barganha no partido”, disse.
Para o sociólogo Emanuel Freitas (UFC), Temer exerce um tipo de liderança muito ligada aos bastidores.
“(Temer) É uma pessoa sem voto em São Paulo, e, por haver uma ação de bastidores, acabou por ganhar a vice-presidência de Dilma na primeira eleição”, explica.
De acordo com ele, o vice-presidente não é capaz de unificar o PMDB, como vem tentando fazer desde que a crise no partido se agravou nos últimos meses.OPOVO
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