PARTIDO DA MULHER BRASILEIRA TEM SÓ DUAS DEPUTADAS EM SEU QUADROS

Desde a sua aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em setembro, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) já tem 20 deputados federais em sua bancada na Câmara e
um senador, mas apenas duas são mulheres: as deputadas mineiras Brunny (ex-PTC) e Dâmina Pereira (ex-PMN). Antes, o partido vinha recebendo uma série de críticas na Internet e na imprensa em relação à falta de personalidades femininas.

Os políticos com mandato em vigor têm até hoje, dia 12 de dezembro, para migrarem para a legenda. O prazo de 30 dias para filiação foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para os novos partidos receberem parlamentares sem a perda dos direitos políticos. 

Em seu site, o PMB diz que foi criado com a missão de ser um partido “que garantisse uma maior representação das mulheres no Congresso Nacional, e em todos os setores da sociedade”.

Para a presidente nacional e fundadora do PMB, Suêd Haidar, a maioriade homens na bancada não enfraquece a “ideologia da legenda”. Segundo ela, o partido não faz distinção de gênero, apesar dos ideais feministas, e a maioria masculina é reflexo da realidade da Câmara, que tem poucas mulheres. 

“Os homens que vêm para o PMB acreditam em nossa bandeira. Não vejo incoerência nessa situação. Incoerência seria se não tivesse nenhum homem nos procurado”. Hoje, as mulheres ocupam 10% das cadeiras na Câmara dos Deputados. São 53 mulheres contra 460 homens.

Para a deputada Brunny, o PMB está aberto para todos os que se disponham a “batalhar” pelos direitos das mulheres. “Nosso objetivo é atuar em defesa da mulher, das políticas públicas voltadas para mulheres, bem como em defesa dos programas sociais para melhoria em geral da nação Brasileira”.

Fundado em 2008, o PMB é o 35° partido do país. A presidente nacional esteve no Ceará para a apresentação oficial do partido em novembro. O deputado cearense Domingos Neto (ex-Pros) é o representante da bancada na Câmara Federal e líder da sigla no Ceará.

“Beleza e prazer”O PMB conquistou no dia 10 seu primeiro representante no Senado. Hélio José (DF) oficializou saída do PSD. “Eu como homem tenho prazer de estar nesse partido para lutar pelos direitos sociais de todas as pessoas, principalmente as mulheres. O que seria de nós, homens, se não fosse uma mulher para estar do lado, para nos trazer alegria e prazer?”, questionou Hélio. (Rafael Rocha)

Números

20 é a quantidade de deputados que formam a bancada do PMB na Câmara

Saiba mais

As loas à figura a da mulher feitas da tribuna pelo senador contrastam com uma complicação judicial que ele teve de enfrentar recentemente. Então suplente do atual governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, Hélio foi acusado, em 2010, de abusar sexualmente da própria sobrinha, e teve de deixar o posto de secretário de Assuntos Institucionais e Políticos do PT depois que a denúncia chegou ao comando do partido no DF.

O próprio Hélio preferiu se afastar da função para evitar o desgaste e a exposição pública, e chegou a enfrentar processo de afastamento na legenda. Ele nega as acusações e as atribui a perseguição de adversários. 

“Isso não passou de uma trapalhada de alguns setores ligados ao PT que, na época, queriam passar minha vaga de 1º suplente de senador para um milionário do ramo neoquímico. O MP e o Tribunal de Justiça do DF já arquivaram o caso”.OPOVO