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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

BRASIL; O QUE SERÁ AMANHÃ??

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, dezembro 17, 2015   Sem Comentários


O voto do ministro Edson Fachin manteve o rito do impeachment adotado pela Câmara dos Deputados. O magistrado não acatou os principais pedidos das ações apresentadas pelo PCdoB. É praticamente certo que o Supremo Tribunal Federal seguirá o voto do relator. Não duvidem se for por unanimidade.

Na prática, Fachin manteve a legitimidade de um procedimento que adotou rito similar ao que levou à aprovação do impeachment de Fernando Collor, em 1992. Imaginem os leitores se tal rito fosse mudado por força de decisão do Supremo. Seria como tornar ilegítimo aquele fato histórico.

Entre outras decisões, Fachin negou o pedido para que Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, fosse declarado suspeito para receber a denúncia. O deputado não teria a devida isenção por ser adversário da presidente Dilma Rousseff. O argumento de Fachin é simples: o impeachment não é um processo puramente jurídico. 

É também político.

Enquanto Edson Fachin lia seu relatório, a revista Época publicava em seu site mais uma denúncia explosiva envolvendo Eduardo Cunha. A saber: “Dois novos delatores confessaram à Procuradoria-Geral da República que Cunha cobrava propina para liberar dinheiro do FI-FGTS para empresas e recebia os valores em contas até agora desconhecidas, na Suíça e em Israel... No total, a PGR afirma que reuniu provas de R$ 52 milhões em propina”.

Ato contínuo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF o imediato afastamento de Cunha do comando da Câmara: “É urgente que seja privado de seus poderes como deputado federal e como presidente da Câmara, pois, do contrário, criará ainda maior instabilidade política para o País e, ainda, não hesitará em perseguir e utilizar todos os instrumentos que possua para retaliar e se vingar de seus adversários, como faz habitualmente”.

Na prática, Janot pede que o Supremo casse o mandato de Cunha. O procurador usa o termo “afastamento”. Seria uma espécie de liminar suspendendo a vigência do mandato parlamentar. Creio que se trata de algo inédito. Na hipótese de o Supremo acatar o pedido, Cunha perderia as prerrogativas do mandato. O caminho para a sua prisão ficará bem mais curto.

Do ponto de vista político, a ação de Janot inviabiliza a permanência de Cunha na Presidência da Câmara. Isso influenciaria o processo de impeachment? Pode ser que atrase, mas pode ser que apresse e ainda conceda mais credibilidade ao seu andamento. Isso, caso toda a Mesa da Câmara caia e um novo presidente da Câmara seja eleito. O cargo pode então cair no colo de gente como o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Ou tudo ao contrário caso a base da presidente se reorganize.

Nunca antes na História desse País tivemos uma crise política em que os protagonistas não têm o mínimo controle sobre os acontecimentos. Tudo passou a ser pautado pelos procuradores, juízes e policiais. A Operação Lava Jato e seus operadores são os ritmistas do samba enredo nacional. Eles tocam. A política dança desengonçada.

Voltando à decisão de Fachin, a ação que questionou o rito do impeachment prestou um grande favor à oposição. Caso confirme o relatório de Fachin, o Supremo concede a máxima legitimidade ao processo de impeachment e esvazia por completo a tese do “golpe”. Para oposição, é até melhor que Cunha fique de fora.

Porém, nada do que se diga hoje pode ser mantido amanhã.

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