A notícia de que a força-tarefa da Operação Lava Jato acionará os partidos para reaver valores desviados da Petrobras pegou o PT de surpresa. Dirigentes do partido avaliaram, em reserva, que a decisão é uma tentativa de eliminar a sigla da política nacional, por meio da inviabilidade financeira.
Petistas falam em “conspiração das elites” e “judicialização da política” e já estudam uma defesa prévia. De acordo com dirigentes, o partido pode alegar que o recebimento de valores desviados da estatal não foi submetido a nenhuma das instâncias partidárias e, portanto, caso as denúncias sejam confirmadas, qualquer desvio seria uma ação isolada. A informação é do Estadão.
A força-tarefa da Operação Lava Jato anunciou que, a partir de 2016, imputará aos partidos a responsabilidade pelo esquema de corrupção Petrobras, e não apenas seus dirigentes. Segundo os primeiros laudos, os valores desviados de 2004 a 2014 e que deverão ser devolvidos ultrapassam R$ 20 bilhões. Os partidos também podem ficar sujeitos à retenção de valores dos fundos partidários e suspensão e cassação de registro da legenda.
O procurador da República Deltan Dellagnol reforçou que os partidos serão alvo de uma ação cível pública.“Estamos caminhando na Lava Jato por etapas porque temos um mar de informações e evidências. É como se fossem frutos de uma árvores, nós colhemos quando eles ficam maduros. A ação dos partidos ainda está amadurecendo", disse.
A estratégia de defesa dos petistas segue a que foi adotada no processo do ‘mensalão’, quando o ex-presidente da sigla José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares foram condenados, mas o partido foi poupado.
No entanto, petistas veem uma diferença significativa entre o também ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto e Delúbio. Enquanto este privilegiava o grupo majoritário, ao qual pertencia, Vaccari abastecia campanhas de candidatos de várias correntes internas.
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