Pages

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O PDT E O FIM DO EIXO DO LULISMO-CIDISMO

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, setembro 18, 2015   Sem Comentários

O projeto nacional dos Ferreira Gomes, que teve na filiação de Ciro Gomes ao PDT um passo decisivo, indica com clareza importante mudança na relação com o governo Dilma Rousseff e com o projeto lulista. A aliança reunida em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o alicerce da construção da base de Cid Gomes para chegar ao Governo do Ceará, em 2007. 


Essa coligação tem se esfacelado aos poucos. Primeiro, saiu uma parte do PT, sob controle de Luizianne Lins. Depois, o PMDB. Agora, o alinhamento nacional com o grupo que comanda a política cearense caminha para o fim. A parceria foi sustentada pelos interesses estaduais. 

Porém, os projetos nacionais se tornam inconciliáveis. Não houve rompimento ainda, mas o distanciamento deverá ocorrer. A levar em conta o discurso dos irmãos até bem pouco tempo atrás, o afastamento não deverá demorar muito.

No começo de 2013, quando Eduardo Campos se colocava como pretenso candidato a presidente, Ciro cobrava a entrega dos cargos já naquele momento, a mais de um ano e meio da eleição. 


“Se nós queremos ter uma candidatura própria, temos que dizer por que e agora. Porque o povo não vai entender que a gente fique comendo migalhas debaixo da mesa do banquete PT-PMDB e seis meses antes das eleições a gente saia do governo”.

Na ocasião, Cid reforçava a mesma compreensão: “Acho que essa decisão (entrega dos cargos) tem de ser tomada agora ou deveria ter sido tomada até há mais tempo. Não acho que essa seja a conduta correta, não podemos pensar em candidatura própria com essas incoerências. Pod parecer oportunismo, porque dá a impressão de que
e vamos ficando enquanto as coisas estão dando certo e, se na última hora derem errado, nós saímos”.

Não resta muita margem, diante da posição, para cultivar o projeto presidencial e postergar definições em relação ao governo Dilma. Ciro há tempos sabe que seu projeto nacional não é compatível com o plano lulista de poder. 


Quando, sem sucesso, tentava concorrer em 2010, já demonstrava compreensão de que o PT não abriria mão de ter candidato a presidente para apoiar alguém de outro partido. Hoje, diante da crise e da despencada da popularidade do governo e do PT, ele talvez nem queira essa adesão.

O cenário para afastamento fica mais fácil porque a bancada do PDT já deixou a base aliada. Porém, fica mais difícil, uma vez que Camilo Santana é petista. A manter a disposição de ficar no partido – algo que ele assegura – terá de praticar complicado equilibrismo.

COMO FICA O COMANDO DO PDT

O próprio comando do PDT nacional fez elogios ao presidente da legenda no Ceará, André Figueiredo, que, segundo ressaltaram, poderia ficar temeroso de perder o controle do partido no Estado. Alguns brincaram que, na verdade, ele estava fazendo crescer a sigla que comanda. Não deixa de ter um fundo de verdade, mas a questão é mais complexa.

O próprio Ciro comentou, no ato de filiação (foto), que seria natural que André tivesse receio com a filiação de um grupo que, nas palavras de Ciro, costuma “andar em bando, para se proteger melhor, na nossa tradição clânica”, numa alusão à organização do clã.

Por isso, o ex-governador tratou de anunciar que todo o grupo Ferreira Gomes, cuja filiação será concluída na semana que vem, votará em André Figueiredo para continuar na presidência estadual do PDT, em convenção que deve ocorrer em outubro. “Aceito tua liderança com muita alegria, com muito prazer”, disse Ciro ao deputado federal pedetista.

Será assim pelos próximos anos, mas não se sabe até quando. Vale recordar o que ocorreu no PSB. Quando os Ferreira Gomes se filiaram, em 2005, Sergio Novais controlava o partido no Estado. 


Em negociação com Eduardo Campos, foi feita uma composição na qual três dos sete membros da executiva estadual eram indicados pelos ciristas, três eram “históricos” e Novais ficava na presidência.

A situação durou até 2009. Então, Cid Gomes assumiu a presidência estadual. Novais ficou com o diretório de Fortaleza. Dois anos depois, ele acabaria destituído do comando municipal. O que sinaliza que, pelo histórico, Figueiredo pode até ficar no comando do partido agora. Mas nada garante que se manterá por muito tempo.

A CASA DEFINITIVA?

Numa alusão à longa tradição partidária de Ciro Gomes, o presidente nacional do PDT arriscou afirmar que essa será a última mudança de partido do ex-ministro e ex-governador cearense. Ciro já passou, em pouco mais de três décadas, por PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, PPS e Pros. “Essa casa vai ser, e eu sou abusado, a sua casa definitiva”, disse o dirigente pedetista, arrancando aplausos de uma plateia consciente do que significaria isso. 

Lupi justificou: “Porque aqui você vai encontrar os seus amigos, aqui você vai encontrar pessoas leais, aqui você vai encontrar brasileiros e brasileiras que têm causa”. Ciro fez coro com Lupi e afirmou esperar que a filiação de quarta-feira “de fato seja o ato final de uma vida sofrida em matéria de militância político-partidária”. A conferir.Érico Firmo/OPOVO

Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee