Pela segunda vez em dois anos, uma seita fundada em São Paulo, a “Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca”, é alvo de operação da Polícia Federal. A organização é suspeita de manter fiéis em situação análoga à escravidão em fazendas comunitárias e movimentar R$ 100 milhões com dinheiro das vítimas.
Os mandados foram cumpridos ontem na capital paulista e cidades de Minas Gerais e da Bahia. Segundo a PF, foram seis prisões temporárias e 47 conduções à delegacia para prestar esclarecimentos, além de apreensões e bloqueios de bens como imóveis, veículos e dinheiro.
As investigações apontam que os líderes da seita convenciam os fiéis a doarem o que tinham para conviver em espaço onde “tudo seria de todos”. Eram forçados a trabalhar sem receber pagamento. Já os pastores, diz a PF, circulavam em carros luxuosos.
De acordo com o delegado da PF na capital paulista, João Carlos Girotto, quatro integrantes da cúpula da seita foram presos. Um em São Paulo, um em Minas Gerais e dois na Bahia. A PF omitiu os nomes. A operação usou como base depoimentos de pessoas que trabalharam nas comunidades. Ao menos outras duas operações já haviam sido feitas contra as lideranças, em 2006 e 2013.
Segundo o delegado, os pastores fazem “convencimento psicológico” dos fiéis para que trabalhem sem receber. Inicialmente, conta, pedem que os bens sejam vendidos e os deslocam para isolamento em uma fazenda.
Fundada em 1998 e alvo de investigação desde 2006, a “Jesus, Verdade que Marca” chegou a rebater as acusações em seu extinto site, creditando as acusações aos “descontentes”, acusando-os de pretender jogar a instituição contra outras igrejas cristãs.
Na página, a seita também se colocava “à disposição dos órgãos governamentais” para “qualquer esclarecimento e também a quem interessar possa”. agências de notícias
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