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quinta-feira, 25 de junho de 2015

OS DIÁLOGOS DE CAMILO SANTANA

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, junho 25, 2015   Sem Comentários

Ao final de junho, o governador Camilo Santana (PT) estará completando seis meses à frente dos destinos administrativos do Ceará. São 180 dias em meio a uma persistente seca, um drama na segurança pública, crise na economia e queda nos investimentos públicos. Um cenário difícil. Muito embora se trate de um governo de continuidade política, as avaliações desse ainda curto período tendem a ser prematuras.

A candidatura de Camilo foi bancada pelo antecessor, Cid Gomes, que exerceu dois mandatos. É de praxe que o terceiro governo de um mesmo grupo político, ainda mais diante de um cenário tão complexo, já nascesse envelhecido. Está aí o grande feito dos 180 dias de Camilo Santana: o governador conseguiu dar ares de “novo” à sua gestão.

E o melhor: o clima oxigenado não é fruto de laboratórios de marqueteiros, mas de características pessoais do governador. Na campanha, Camilo já prometia, à exaustão, estabelecer o instrumento do diálogo como um vetor de sua gestão. Cansados dessa conversa fiada, os mais atentos viram tal fala com um natural desdém.

No exercício do poder, o governador levou sua promessa ao cotidiano da gestão e abriu o ciclo de conversas com os mais diversos setores. Não foi uma atitude apenas para satisfazer egos de interlocutores. O diálogo foi montado em cima de uma pauta administrativa prática e urgente. A mais notória diz respeito à segurança pública.

Camilo herdou um quadro marcado por degradadas relações entre policiais e o Governo. Estava evidente o descompasso entre o que queria a autoridade estadual e a forma como as coisas aconteciam nas estruturas de segurança. Nenhuma política para o setor poderia funcionar sem que as relações entrassem no prumo.

Por misturar os mais diversos interesses, incluindo projetos políticos, a tarefa do governador era árdua. No entanto, a mesa do diálogo funcionou e Camilo conseguiu superar o obstáculo que permitiu ao Estado operar uma política de segurança que começa a dar seus primeiros resultados, ainda que seja necessária uma sequência mais longa.

Vários outros exemplos de diálogos se sucederam até culminar com o ato político e social que marcou o início do movimento pelo hub aeroportuário. O ato não foi algo inédito. A grande diferença de agora não é palpável. O valor do evento de segunda-feira está no espírito completamente desarmado que marcou o encontro.

O fato é que o governador, mesmo com o cofre em baixa, com dezenas de obras paradas, com uma herança administrativa complicada e tendo que atender a uma aliança gulosa por cargos, conseguiu construir um importante capital político pessoal nesses seis meses.

A maioria das pessoas parece não identificar o governador como um petista, como continuísta, como cidista ou qualquer outro “ista”. De mansinho, costurando muito, falando baixo e olhando pra frente, Camilo vai construindo a sua própria história em um ambiente político depauperado.

A maneira pragmática e destemida como o governador se lançou na pauta econômica apresentou ao distinto público uma face até então desconhecida do petista. Camilo fez uma convocação pública aos empreendedores privados que só tem referência nos tempos em que Tasso Jereissati governava o Ceará.

É cedo e a caminhada é muito longa. Os diálogos só são virtuosos quando se transformam em ações concretas com bons resultados contabilizados. Do contrário, ficará a imagem do governador que conversa muito e resolve pouco.fabio campos

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