Aquele que foi o mais leal aliado do governo da presidente Dilma Rousseff em seu primeiro mandato converteu-se em seu mais duro adversário, no segundo.
Ninguém menos que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tentará impor, nos próximos dias, uma dura derrota à presidente: a rejeição, pelo Senado, ao nome do jurista Luiz Fachin, indicado por Dilma para a vaga de Joaquim Barbosa, no Supremo Tribunal Federal.
Renan, antes conhecido pelo estilo discreto e conciliador, assumiu uma postura totalmente nova no segundo mandato, mimetizando o comportamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que preside a Câmara dos Deputados. Em nome de uma pretensa independência do parlamento, Renan agora faz uma oposição barulhenta e se opõe ao Executivo, sempre que possível. Foi assim no ajuste fiscal, quando defender cortes de ministérios, e agora no caso Fachin.
A insatisfação do senador deriva de dois fatores: a inclusão de seu nome na Lava Jato, o que Renan, de certa forma, atribui ao Planalto, e a perda de espaço na máquina pública. O episódio mais recente foi a substituição de Vinícius Lages, no Ministério do Turismo, pelo ex-deputado Henrique Alves.
Uma mudança levada adianta pelo vice Michel Temer, mas que, de fato, trouxe problemas. Lages era respeitado pelos empresários do Turismo e já havia sido elogiado publicamente por Dilma como um de seus melhores ministros.
Sem espaço e acossado pela Lava Jato, Renan tem avaliado que não vale mais a pena se sujeitar aos desejos do Palácio do Planalto. Tentará barrar Fachin, mas enfrenta resistência de vários senadores experientes do próprio PMDB.
Caso isso ocorrar, será a primeira vez, em 125 anos, que um indicado ao STF não terá sido chancelado pelo Senado.
0 comentários:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.