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terça-feira, 7 de abril de 2015

OS MEANDROS DA POLÍTICA,É O PLANALTO SE MANTÉM REFÉM DE UM PARTIDO QUE O ATACA E FAZ SANGRAR

Por ipuemfoco   Postado  terça-feira, abril 07, 2015   Sem Comentários


Por falta de alternativa, o Planalto se mantém refém de um partido que o ataca e faz sangrar. Aquele que em tese é o principal aliado contribuiu para a agonia do governo Dilma.

Os jogos de poder são repletos de simbolismos. Para além dos fatos em si, o noticiário é aproveitado para criar ondas, como parte da estratégia de determinados projetos políticos. Os escândalos fragilizam o governo por razões concretas e abstratas. Não haveria como o Palácio do Planalto passar incólume diante do tamanho. Curioso é entender como esse cenário favorece os peemedebistas. Afinal, o partido é parte do mesmo governo em crise.

Tem um monte de cargos, além do vice-presidente Michel Temer. E vários de seus principais dirigentes estão sob investigação. Entre eles, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ). 

Outro citado nas investigações é o cearense Sergio Machado, que deixou a presidência da Transpetro no começo deste ano. Ele é ligado a Renan e é acusado de receber dinheiro de propina para direcionar licitação na subsidiária da Petrobras. Ele sempre negou as acusações, mas licenciou-se no fim do ano passado e caiu neste ano.

A investigação ainda alcança os senadores Valdir Raupp (RO) e Romero Jucá (RR), o ex-ministro Edison Lobão (MA), a ex-governadora Roseana Sarney (MA), além do deputado federal cearense Aníbal Gomes.

Se o PT tem oito investigados, o PMDB tem sete. E em cargos, hoje, de maior relevância. Apesar disso, enquanto um partido (o PT) se fragiliza, o outro reúne poder como nunca em duas décadas. Consegue impor derrotas ao governo do qual se faz de aliado

 – conforme o próprio Cunha admitiu: “Na prática, a gente finge que está lá (no governo). E eles fingem também (que o PMDB está no governo)”, conforme afirmou dia desses. E estabelece pauta na Câmara dos Deputados, como redução da maioridade penal, que há décadas era objeto de pressão, mas nunca tinha conseguido avançar.

O que deixa claro: o escândalo é real e é a razão principal para enfraquecer o governo. Mas os desdobramentos, mais ou menos sutis, vão bem além. Fosse uma relação direta entre denúncia e consequência política, o PMDB estaria pelo menos tão encrencado quanto o governo com o qual foi eleito. Mas, o partido se fortalece por essa postura de estranho híbrido entre opositor que ocupa cargos no governo, que atende aos interesses do clientelismo mais explícito no Legislativo e controla a agenda do Congresso Nacional.

Por um lado, é o caminho mais direto para os adversários do governo Dilma enfraquecê-lo e derrotá-lo nas votações. Com Eduardo Cunha, oferece ainda aquilo com que todo opositor sonha: um presidente de Legislativo que não se subordina ao Executivo – o que, nesse particular, é muito saudável. Por outro lado, o governo precisa dele. Mesmo esse aliado fingido e traíra. Pois, sem ele, a casa cai de vez. Por falta de alternativa, o Planalto se mantém refém de um partido que o ataca e faz sangrar. Aquele que em tese é o principal aliado contribuiu para a agonia do governo Dilma.
Érico Firmo/OPOVO

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