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quinta-feira, 16 de abril de 2015

DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO; GERENTES DA CAIXA ECONÔMICA AFIRMAM QUE EMPRÉSTIMO OBEDECEU AS REGRAS DO BANCO

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, abril 16, 2015   Sem Comentários

Os gerentes da Caixa Econômica Federal, Francisco Evandro Marinho e Joacy Nogueira, disseram que o
empréstimo de R$ 1,88 milhão à empresa BNC Engenharia obedeceu os normativos da empresa.

“A Caixa não me imputou nem ao Joacy sobre a responsabilidade. Eu não errei nessa concessão. Internamente não descumpri nenhuma norma. Na conformidade deu 100% (liberação do recurso)”, informa Evandro. À época, Evandro atuava como gerente geral da agência Aldeota e hoje ocupa o cargo de gerente regional. Joacy ainda atua como gerente de Pessoa Jurídica da unidade. Eles estavam em prisão temporária. Ambos estão afastados da Caixa por motivo de saúde.

A BNC Engenharia é uma das companhias envolvidas no esquema de empréstimos fraudulentos que deu origem a Operação Fidúcia. A Polícia estima entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões desviados da instituição. Foram expedidos 17 mandados de prisão para funcionários da Caixa, empresários e “laranjas”.

A informação é de que Gerência de Filial de Retaguarda de Agência (Giret) da Caixa autorizou o empréstimo sem irregularidades, constando conformidade operacional definida para a operação do empréstimo.

A Caixa limitou-se a dizer que, até o momento, dois funcionários foram oficialmente desligados e os demais ainda estão sob processo sigiloso de investigação. Informa que, concluído o processo administrativo interno (se novos fatos aparecerem) , tomará as medidas cabíveis quanto aos envolvidos. “O banco ratifica que trabalha em permanente colaboração com a Polícia Federal e mantém constante apuração e monitoramento de seus processos”, destaca.

Esquema

De acordo com Evandro e Joacy, a intenção da BNC era obter um empréstimo de R$ 2,93 milhões, por meio do Programa Mais Crédito. O pedido foi feito em outubro de 2012. No entanto, foram detectadas inconsistências antes da concessão.

Uma delas diz respeito à localização da empresa TB Serviços, responsável pela venda do maquinário à BNC. A empresa, de acordo com o registro, tinha sede no Eusébio.

“Pedimos um acréscimo de garantia, pois eles iam financiar maquinários”, fala Evandro. “É obrigação do gerente concessor dar o ateste nas máquinas e equipamentos”, completa Joacy.

Segundo Joacy, durante a checagem, descobriu-se que o número de telefone fornecido pela TB Serviços não constava em cadastro. “Liguei e caiu numa empresa na (avenida) Barão de Studart. Evandro pediu para verificar. Fui olhar e não tinha nada”, diz ele, ao constatar que, em vez da sede da empresa, havia um terreno baldio no endereço fornecido.

Ambos afirmam que, após detectados os problemas, o empréstimo foi bloqueado e posteriormente estornado. Contudo, o empresário Fernando Carneiro e Geovane Silva Oliveira Filho (suspeito de intermediação) foram até a agência Aldeota em busca de informações do empréstimo. Fernando, ao descobrir a situação, informou ter sido vítima de fraude. “O Fernando Carneiro foi o responsável por abrir a conta. Naquele momento só conhecíamos ele”, comenta Joacy.

Evandro ressalta que a meta do Programa Melhor Crédito da Caixa era de R$ 3 milhões a cada trimestre por agência. “Fizemos a operação em um final de trimestre. Começamos o período negativo por casa do estorno. Nós encaramos. Não olhamos a meta, mas sim a garantia”, disse ele.

Fernando Carneiro pediu para mudar a operação e o valor. Como garantia, depositou R$ 940 mil à Caixa. Pelo normativo da empresa, a empresa podia emprestar a mesma quantia. Liberou, então, R$ 1,88 milhão.o povo

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