CONVERSA ENTRE DEPUTADOS;A VERGONHOSA COMPRA DE VOTOS

Na última sexta-feira, na Assembleia, um deputado conversando com jornalistas sobre os gastos da última eleição,
afirmou ter indagado para o seu correligionário, deputado federal que com ele fez dobradinha, se ele não temia ser preso por declarar ter gasto em sua campanha uma determinada quantia, infinitamente menor do que foi na realidade, posto de ter pago despesas conjuntas, em Fortaleza, quase igual ao total declarado à Justiça Eleitoral.

Coincidência ou não, dois dias antes, um outro deputado estadual dizia do abuso cometido por candidatos, eleitos principalmente, ao apresentarem suas prestações de contas à Justiça. 

Neste caso, o interlocutor estarrecido dizia estar concluindo a sua prestação de contas com o contador, em torno de R$ 1,2 milhão, quando o colega que com ele vai ocupar espaços na Assembleia dizia ter registrado uma despesa de pouco mais de R$ 200 mil para se eleger.

A maioria das prestações de contas dos candidatos a cargos proporcionais, sem dúvida, se constitui uma verdadeira agressão à Justiça Eleitoral, pois irreais. 

Com o preço do voto para deputado estadual praticamente tabelado a R$ 50 e o do deputado federal a R$ 100, impossível ser eleito alguém, sem um mandato anterior, gastando menos de R$ 2,5 milhões para a Assembleia Legislativa. 

Mas como é patente a falta de seriedade de muitos dos declarantes, e a incompetência da Justiça Eleitoral, para contestar, esse crime do caixa dois para a compra de votos vai se perpetuando no nosso processo eleitoral.Edison Silva/Editor de Política