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domingo, 13 de julho de 2014

OS BASTIDORES DA ESCOLHA DO CANDIDATO DE CID GOMES AO GOVERNO DO ESTADO

Por ipuemfoco   Postado  domingo, julho 13, 2014   Sem Comentários

Ainda existem obstáculos consideráveis, na base do Governo, quanto à indicação de um petista
para disputar a sucessão estadual. As reservas são ao partido e não ao nome do candidato, é bom registrar. 

A insatisfação era bem maior, como aqui registramos no dia 30 de junho, após a constatação feita no curso da convenção, no último domingo do mês pretérito. Os "bombeiros" da situação caíram em campo cedo e conseguiram debelar uma parte do incêndio. Mas ainda há chamas ardendo.

Nessa quarta-feira, não foi fácil reunir 34 deputados estaduais para almoçar com o petista candidato, embora todos eles façam parte da base aliada governista. Para alguns foram feitos apelos pessoais, tamanha a resistência, embora tanto Camilo quanto Mauro Filho, candidato ao Senado, sejam deputados estaduais e tenham muito boa relação pessoal com os colegas. Alguns aquiesceram em nome de Mauro e da pessoa do apelante.

A grande maioria dos aliados de Cid Gomes é contra o PT. A convivência que têm, no Ceará, desde 2006, é apenas tolerável, dissemos isto aqui em outra oportunidade. 

O Governo, além de utilizar a sua tropa de choque, de imediato procurou dá sinais de que o candidato é dele e não do Partido dos Trabalhadores, designando Danilo Serpa, pessoa da sua mais alta confiança, para ser o coordenador geral da campanha ao lado de Ciro Gomes, afastando a ideia fantasma de o deputado federal José Guimarães ser o dono da candidatura, como já estava sendo propagado entre os políticos.

A oposição, óbvio, investe para conquistar o apoio dos resistentes. Alguns, até, aproveitando a oportunidade para valorizarem a promessa de aliança e o voto nesse amplo mercado de compra e venda, aqui reportado, no último domingo.

Os comentários sobre ataque e contra-ataque nessa luta por conquista de lideranças, com ou sem mandato, alimentam os bastidores da disputa entre Camilo Santana e Eunício Oliveira, na verdade os dois candidatos que concentrarão a quase universalidade dos votos válidos.

Os dois outros candidatos, Ailton Lopes (PSOL) e Eliane Novais (PSB), mesmo inseridos no contexto de oposição, longe estão, por razões várias, principalmente aquelas imprescindíveis para uma disputa majoritária competitiva, de ameaçarem os demais.

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Só agora, 15 dias após, surgem as primeiras informações sobre como o governador anunciou, para os seus correligionários interessados em ser o candidato, o nome de Camilo Santana escolhido por ele. Foi no fim da noite de sexta-feira, 27 de junho, quando foram chamados à residência oficial Domingos Filho, Mauro Filho e Zezinho Albuquerque.

Ao lado de Ciro Gomes e de Danilo Serpa os três ouviram um relato sobre a análise da última pesquisa feita relacionando as diversas candidaturas e todas elas apareciam bem situadas, sem a participação de Guimarães como candidato ao Senado.

Quando o nome dele era incluído na chapa majoritária, todas as opções seriam derrotadas. A solução era indicar um nome do PT, Camilo Santana, escolhido por Cid, para retirar Guimarães da chapa majoritária. Ele foi chamado logo depois. Conversou a sós com o governador e já pela madrugada pediu tempo para responder, o que o fez pela manhã, antes mesmo de reunir alguns outros dirigentes do partido. Camilo foi comunicado pelo governador, ainda na madrugada de sábado.

Todos os demais liderados de Cid só tomaram conhecimento da escolha do nome de Camilo Santana no início da tarde de sábado, quando começaram as reações contrárias de apoiadores das pretensas candidaturas de Domingos, Mauro e Zezinho, além daqueles ferrenhos opositores do PT.

Luta

Os candidatos ao Legislativo estão experimentando momentos tensos, na caminhada pela conquista de uma cadeira na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal. O custo e a escassez do voto no mercado, por conta de uma grande concorrência, principalmente entre os que já detêm o mandato, tornam aliados adversários e contribuem para onerar mais ainda a eleição, apesar dos modestos números apresentados à Justiça Eleitoral como limite de gastos para os relacionados na disputa.

As ações dos que querem ser deputados, muitas delas nada republicanas, dão bem uma demonstração da alienação da maioria dos nossos eleitores. Eles votam, ainda nos dias de hoje, por recomendação do chefe político local que, por sua vez, acertou com o candidato o valor de cada voto e a quantidade a ser conduzida. 

Quase sempre um negócio sem erros, pois com raríssimas exceções o montante de dinheiro acertado é entregue e os sufrágios garantem a eleição do comprador. Há, como nos negócios espúrios, confiança absoluta entre os negociantes.

Edison Silva
Editor de política

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