Pages

sábado, 3 de maio de 2014

PMDB E CARREIRA SOLO

Por ipuemfoco   Postado  sábado, maio 03, 2014   Sem Comentários

                          

O PMDB mandou no Ceará a partir de meados dos anos 80, com a filiação de Gonzaga Mota, até o fim daquela década, quando Tasso Jereissati e o então prefeito da CapitalCiro Gomes, deixaram a sigla para não terem de apoiar Ulysses Guimarães. 

A partir dali, teve início uma década e meia de hegemonia peemedebista na Capital, sob o controle de Juraci Magalhães, mas de pouca relevância no Interior. 

No fim dos anos 90, Eunício Oliveira (PMDB) articulou a tomada do controle do partido de Mauro Benevides e deu início a um novo momento. Primeiro, com apoio de Juraci. Depois, os dois caciques romperam, o ex-prefeito se desfiliou e o partido – já uma força secundária no Estado, que fazia uma cômoda oposição que pouco incomodava – tornou-se irrelevante também em Fortaleza. 

Foi o fundo do poço, mas dali começou a se reerguer como sócio de uma das mais ambiciosas e bem arquitetadas empreitadas políticas que o Ceará já conheceu. Como coadjuvante, o partido passou a ocupar a luxuosa antessala do projeto de poder que – sobretudo nos primeiros quatro anos – menos teve opositores na história democrática do Estado. 

Foi absolutamente estratégico para o projeto dos Ferreira Gomes, em particular em 2012, quando o grupo rompeu com o PT para conquistar a Prefeitura de Fortaleza. Todavia, a vizinhança com o núcleo central do poder não mais satisfaz o partido, que, após quase uma década e meia, deseja voltar a ter protagonismo.

Isso já aconteceu com o próprio grupo dos Ferreira Gomes em relação ao PSDB. Desde que Ciro Gomes deixou o partido e construiu trajetória com mais autonomia em relação a Tasso Jereissati, sempre permaneceu como poderosíssima força política, influência e espaços generosos. Mas sempre como coadjuvante. Em 2006, decidiram que era hora de buscar o controle.

Isso é natural das grandes coalizões. Forças secundárias podem até se conformar em fazer figuração, mas os principais parceiros do poder uma hora haverão de ambicionar o controle da situação. Cheguei a tratar do assunto em fevereiro de 2012 (leia em http://bit.ly/1nbmER0). 

Como escrevi, fazer coligação significa ceder – “na política – como, aliás, em quase tudo mais – unir-se significa fazer concessões em nome dos benefícios que se irá extrair da parceria”. Em geral, parcerias são feitas entre forças que, sozinhas, teriam mais dificuldades em vencer as eleições. 

Então, pesa o pragmatismo: “Melhor dividir o poder que fazer oposição isoladamente”, escrevi na mesma coluna citada acima. E acrescentava: “Assim como se deu com Cid em relação a Lúcio (Alcântara), também PT e PMDB – cedo ou tarde – desejarão assumir o controle da situação”.

Com o PMDB fora do governo, o partido não apenas ficará livre para negociar com opositores. Essas conversas já vêm ocorrendo faz tempo, embora devam se intensificar. Além disso, será possível perceber com um pouco mais de clareza o discurso da candidatura peemedebista, uma absoluta incógnita até agora.
Érico Firmo/OPOVO

Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee