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quarta-feira, 2 de abril de 2014

EX-PRESO POLÍTICO; " O DOI-CODI ERA UMA FILIAL DO INFERNO"

Por ipuemfoco   Postado  quarta-feira, abril 02, 2014   Sem Comentários

                             
Chamados de “filial de inferno”, “barbárie” e “morte em vida”, os centros de tortura que serão investigados
por sindicância das Forças Armadas ainda estão vivos na memória de presos que passaram por lá. 

Ivan Seixas, integrante da Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, foi um dos detidos no Destacamento de Operações de Informações do II Exército, na capital paulista em 1971. Com ele estava seu pai, Joaquim Alencar de Seixas, que morreu no dia seguinte da prisão em decorrência das torturas.
                    
Perdão. Gilberto Natalini afirma que militares devem desculpas à sociedade
Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

O DOI-Codi era um espaço da barbárie. Meu pai foi torturado na minha frente e morreu por causa disso. Não suportou as torturas. Não pude fazer nada. Fiquei um mês lá sendo torturado, apanhando — lembrou Ivan, que, na época da prisão, tinha 16 anos.

Presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, o vereador Gilberto Natalini (PV-SP), também preso na capital paulista, afirma que os agentes da repressão não tinham limites.

— O DOI-Codi era uma filial do inferno. A pessoa entrava viva e não sabia como ia sair — disse Natalini.

Para o vereador, as Forças Armadas devem um pedido de desculpas à sociedade.

— Não é nenhuma vergonha para as Forças Armadas reconhecer o que foi feito de errado durante a ditadura. Espero que peçam desculpas, se livrem desse peso. O Brasil vai reconhecer o valor das Forças Armadas se fizerem isso.

A ex-militante Maria das Dores Cunha ficou presa por três semanas no DOI da rua Barão de Mesquita, no Rio. Era 1972, e ela acreditava que morreria nas sessões de tortura. No local, anos antes, havia ficado presa a presidente Dilma Rousseff.

— Eu achei que morreria ali — lembra Maria. — Em alguns momentos, eu até pensava que já estava morta. Era uma morte em vida, uma sensação de que a luz no fim do túnel já tinha se apagado. Torço para que se esclareça tudo, mas acho que não dará em nada.

Em Recife, o ex-militante Alanir Cardoso ficou preso por três meses no DOI do IV Exército e diz ter sido torturado por dois meses.

— Eu realmente não tinha esperança de sair vivo. Foram mais de dois meses de torturas diárias, que iam do pau de arara a choques elétricos. E eles me ameaçavam o tempo todo, dizendo que eu faria uma viagem sem volta. Realmente me levaram certa vez em um avião da FAB para Brasília, mas só descobri meu destino durante uma comunicação da torre de comando.

Alanir se lembra das pessoas que participaram das sessões de tortura. Segundo ele, eram muitas, com codinomes diferentes. Mas de alguns deles, dos três que mais o maltrataram, se lembra bem dos nomes.

— O principal torturador era o Major Augusto Fernandes Maia, que era chefe da Segunda Secção — disse Alanir Cardoso.

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