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segunda-feira, 10 de março de 2014

A UNIÃO PT-PMDB TALVEZ SEJA UM DESAFIO BRASILEIRO QUE VAI ALÉM DA ARROGÂNCIA DE UM E DA ESPERTEZA DO OUTRO

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, março 10, 2014   Sem Comentários



Se o ano no Brasil só começa depois do Carnaval, nesta semana  estaremos só engatinhando com 2014. Esse menino, se assim se pode dizer, já nasce correndo,
pulando, saltitando! Tudo por conta da arenga entre os principais grupos políticos que montaram o consórcio de poder que comanda o Brasil desde 2011.

Quando surgiu a união PT-PMDB, consolidada em junho de 2010 pelas convenções dos dois partidos, me arvorei de articular, em algumas maltraçadas, que no século 21 se reeditava algo clássico no Brasil: a união PSD-PTB.

Aos moços devo informar que na primeira redemocratização do século 20 (1945-1964) na política brasileira, existia um partido liberal chamado Partido Social Democrático, surgido em 1945 para o processo de expurgo do Estado Novo e que durou até 1964, quando o Golpe Militar tratou de enterrá-lo. 


O PTB era uma partido também nascido na mesma época, mas com compromisso com as “conquistas sociais” do Estado Novo. Eram invenções partidárias brasileiras muito bem usadas na fase democrática que, também envolveu o getulismo. 

Pois bem, antes do Golpe de 64 toda a classe política, e boa parte da intelectualidade brasileira, achava que esses dois partidos unidos seriam a chave de alguma normalidade democrática, o sucesso político.

O Brasil, com suas teses de “homem cordial” fundada por Sérgio Buarque de Holanda – acreditava que era possível unir capital e trabalho e dar um drible nos radicalismos daquela época ideológica.

Cometi o voluntarismo histórico de imaginar que seria interessantíssimo para o Brasil a união entre o capital e trabalho, que surgia, com novas caras e novos corações, com a união do PMDB e do PT para a eleição de Dilma Rousseff. Em posição invertida, pois o PT seria o trabalho e o capital seria representado pelo PMDB, claro. O compromisso social do PT e o compromisso democrático do PMDB.

O PT sempre flertou com os arroubos de um ação popular vertiginosa, que pudesse inaugurar uma República Socialista. O PMDB, liberal e de origens democráticas tradicionais, queria a hegemonia dos compromissados com a ordem e o progresso, mas com prerrogativas, coisas capitalistas como o pacto constitucional e tudo mais. 

Os dois se enganavam pois a busca e a manutenção do poder os desvirtuavam de seus sonhos recônditos. PT e PMDB, PMDB e PT não tinham condições nem de sonhar e nem de carregar seus sonhos, provou a história recente.

A atual crise de governabilidade que aflige os mais responsáveis, pois PT e PMDB andam se detestando, tanto pela infindável e, até agora, mal-sucedida reforma ministerial, como pelos ajustes dos chamados palanques regionais põe às claras a precariedade do que imaginávamos em junho/julho de 2010.

Muito provavelmente, se PSD e PTB se unissem em 1964, para a eleição de 1965, logo poderíamos viver uma autofagia, como vemos agora. Tudo é um exagero, pois nos anos sessenta tínhamos os ingredientes das ideologias e a Guerra Fria. Vamos parar por aqui, no especular sobre o que no passado não se deu.

No presente, temos um partido social-democrata e um típico liberal unidos numa coalizão presidencial num país de federação capenga, em tempos de rescaldo de crise mundial, tendo o esquadro da emergência econômica, esse novel, do século 21! É muita areia para o nosso caminhãozinho!

O Brasil tem uma cara bem própria. Não dá para fazer comparações com o jogo das democracias maduras. A democracia sempre foi muito trabalhosa para o Brasil - Getúlio Vargas, durante anos, dizia que não estávamos preparados para as demagogias liberais. Esteve certo e esteve errado, claro!

Para o Brasil seria bom que o PT ganhasse essa disputa com o PMDB, em 2014, e impusesse um hegemonismo?! Vemos que nesses anos do PT, mesmo falando contra, o Federalismo ficou ainda mais fraco, apesar das lideranças nordestinas mais responsáveis dizerem que temos que mudar! 

Seria bom para o Brasil que o PMDB impusesse uma derrota no PT, mantendo a hegemonia de partido parlamentar, congressual? O PMDB que foi forte com os tucanos e depois com os petistas(?) nunca conseguiu, mesmo com seu compromisso liberal, fortalecer um Federalismo?

Surge evidente, independente da vontade de outras importantes agremiações e forças políticas, que não seria salutar que isso ocorra. O PMDB gosta de se apropriar do Estado e o PT gosta de se apropriar do poder real!

Se o PMDB e seus aliados parecem chantagistas, como querem os palacianos divulgar. A arrogância petista de se considerar superior, num jogo de compartilhamento de poder, também é real. Vamos nos servir das alcunhas desenhadas pelos contendores do momento: numa peleja entre ensebados prepotentes com enlameados chantagistas nos resta chamar todos aos costumes.

Coisas da política brasileira. Tudo indica que vão se entender em nome de uma travessia mais tranquila. Perderá o Brasil? Saberemos. Vou torcer para que o imaginado em julho de 2010 não me pregue mais peças.

Eis o mistério da fé
( GAJr é coordenador editor da Política Real)

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