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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

CRISE AMEAÇA ALIANÇA PT-PMDB

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, janeiro 06, 2014   Sem Comentários

Ricardo Stuckert:
Ex-presidente do Senado, José Sarney sempre foi fator de estabilidade para os governos do ex-presidente Lula e da atual titular Dilma Rousseff; 

Entretanto, ação do crime organizado contra a população de São Luís, capital do Estado controlado politicamente pela família Sarney, resgata realidade de velhas mazelas sociais do Maranhão; 

Fiador da aliança do PT com o PMDB, chefe do clã não aceitaria ter sua filha, a governadora Roseana, isolada por uma intervenção federal, ainda que parcial,e também quer apoio de Dilma a quem seu grupo indicar para a sucessão dela;

Mas será possível ao PT dar um novo cheque em branco aos Sarney sem sofrer um forte débito em sua própria conta política?; como se coloca o guiso nesse gato?

Marco Damiani 247 – Como colocar o guiso no gato chamado José Sarney?

Desde os primeiros tempos do governo Lula, após ter sido isolado politicamente pelo antecessor Fernando Henrique, Sarney tornou-se um fator de estabilidade da primeira administração federal do PT. 

Nos últimos tempos, antes de passar o comando do Senado, que presidiu por três vezes, a Renan Calheiros, Sarney igualmente agiu como bombeiro diante das primeiras labaredas de crise entre o estilo sem rodeios da presidente Dilma Rousseff e o gosto pelos floreios (e cargos) dos caciques do PMDB.

Nos bastidores da política, Lula, Dilma e o PT reconhecem que Sarney sempre foi de grande valia nos momentos mais agudos. Agora, porém, a retribuição a ele pode custar politicamente caro demais ao grupo que está no comando do País.

Nas manchetes de toda a mídia, o Maranhão controlado desde a década de 1960 por Sarney e seu clã aparece em chamas. 

A partir de uma situação de descontrole no Complexo Presidiário de Pedrinhas, em São Luís, as ruas da capital passaram a ter ônibus incendiados a mando do crime organizado e, em consequência, o sistema de transporte coletivo ficou paralisado. 

Soube-se, no plano nacional, com base nas notícias em torno da crise no setor de segurança do Estado, que cerca de 60 mortes haviam ocorrido em Pedrinhas apenas no ano passado.

Nos últimos dias, a golpes de chuços – pedaços de pau com pregos na ponta --, outros dois presos foram assassinados lá dentro, onde as celas não têm portas e relações sexuais são praticadas em ambientes coletivos durante as visitas. 

Em São Luís, enquanto isso, as velhas mazelas sociais se ressaltaram, como policiamento, postos de saúde e escolas em número insuficiente e de baixa qualidade. O caos administrativo do Maranhão ficou mais uma vez patente.

EXIGÊNCIA DE APOIO - Nesse quadro, que mereceu como resposta a ação da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, que garante ter preso os líderes dos ataques à população de São Luís, o grupo do ex-presidente mantém a exigência de receber o apoio do PT para o candidato que ela resolver lançar à sua sucessão. 

O patriarca Sarney e os seus querem, desse forma, amarrar localmente o partido da presidente Dilma para, em trocar, trabalharem pela manutenção da aliança nacional dela com o PMDB.

A própria presidente afirmou mais de uma vez que tem todo interesse em ter o PMDB ao seu lado, desejosa até mesmo em repetir a chapa vitoriosa em 2010, com o vice Michel Temer. O problema é a veloz deterioração no quadro do Maranhão, o que não estava nos planos de nenhuma das partes envolvidas nessa equação política.

Ainda abatido por uma recente e difícil internação hospitalar, Sarney procura, como era de se esperar, preservar sua filha e seu poder, mas suas forças já não são as mesmas de antes. Sua influência no PMDB permanece grande, mas não há condições, neste momento, de a legenda emprestar-lhe uma retaguarda segura. 

Em ano eleitoral, sabe-se, é sempre muito complicado e desgastante hastear bandeiras em defesa de gestões pouco populares.

Não se sabe no PT, até agora, quem será capaz de dizer a Sarney que as circunstâncias mudaram. Como registra o jargão político, ninguém no partido se escalou para colocar o guiso no gato – e dizer ao ex-presidente que a legenda vai tomar outro rumo na eleição maranhense de 2014 em relação à governadora.

A mesma dificuldade se daria no campo de uma hipotética intervenção federal no Estado. O principal opositor dos Sarney no Maranhão, Flávio Dino, aponta condições jurídicas para uma intervenção, mas nega condições políticas para tanto.

Em eleições anteriores, sempre que foi pressionado por lideranças do PT maranhense, desconfortáveis com a aliança com os Sarney, Lula tinha uma resposta na ponta da língua. "Não posso ganhar o Maranhão e perder o Brasil", dizia.

Hoje, o desconforto, no PT, para uma aliança com o candidato que vier a ser indicado por Roseana Sarney é ainda maior. E isso pode ter repercussões no plano nacional.

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