NEOCORONELISMO; CIRO GOMES QUER ENCOBRIR AS IRREGULARIDADES

O procurador Oscar Costa Filho reagiu nesta segunda-feira (14) às acusações feitas pelo atual secretário de Saúde, Ciro Gomes, que chamou procurador de“irresponsável” e “canalha”pela denúncia de que equipamentos comprados com dinheiro do Ministério da Saúde teriam “sumido”do Hospital da Região Norte, em Sobral.

Para o procurador Oscar Costa Filho, o secretário da Saúde do Estado, Ciro Gomes, desqualificou a atuação do MPF em uma tentativa de provocar o arquivamento de investigações em curso, A conduta de Ciro será investigada como crime político e prevaricação.

Sem sumiço

Em nova vistoria, feita no sábado (12) a pedido de Ciro Gomes, o Ministério da Saúde voltou atrás e reconheceu que os equipamentos, antes não localizados pela auditoria da pasta, realmente estavam na unidade de saúde.

Neocoronelismo

Durante entrevista coletiva, na sede do Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE), nesta segunda-feira (14), o procurador afirmou que Ciro “tenta desqualificar o trabalho realizado pelo Ministério Público para encobrir as irregularidades cometidas pelo Governo do Estado”, classificando as ações de “prática de neocoronelismo” e “assassinato moral”.

“Reality Show”

Para ele, a vistoria realizada por Ciro Gomes ao Hospital de Sobral foi um “reality show”, após divulgação do relatório de auditoria do Ministério da Saúde, que apontou o sumiço de alguns equipamentos avaliados em R$ 819 mil pelos cofres federais. A informação provocou mal-estar na cúpula do governo do Ceará e o governador Cid Gomes pediu ao secretário, que é seu irmão, que fosse ao hospital mostrar os equipamentos.

Providências

Sobre as providências a serem adotadas pelo MPF com relação à auditoria realizada pelo Ministério da Saúde no Hospital Regional Norte, em Sobral, o procurador ressaltou que o relatório foi conclusivo e, portanto, à época os equipamentos não encontravam-se no hospital.

Conduta de Ciro

Oscar Costa Filho disse, ainda, que a conduta adota pelo secretário, ao desqualificar a atuação do MPF e de auditores do Ministério da Saúde que elaboraram relatório sobre o Hospital Regional Norte, em Sobral, será investigada como prática de improbidade administrativa. O relatório da auditoria também será encaminhado ao Comitê Estadual de Saúde do MPF.

“Não é um ato político realizado em um sábado que vai cercear as investigações em curso. As apurações continuam, serão feitas novas auditorias no bojo do devido processo legal e, aí sim, poderemos tirar conclusões sobre o caso”, resumiu o procurador.

Crime?

A prática do secretário Ciro Gomes será apresentada ao núcleo criminal do MPF, que investigará a conduta do secretário como crime político e prevaricação. Além do procedimento ajuizado pelo MPF para apurar a ausência de equipamentos no hospital, foi solicitada à Polícia Federal a abertura de inquérito para que a conclusão do relatório da auditoria seja apurada. 

Membro titular do Comitê Executivo Estadual da Saúde, o procurador Regional da República Francisco Macedo Filho informou que o caso também será investigado pelo Comitê.

Vistoria

No sábado (12), o atual secretário de Saúde, Ciro Gomes, realizou uma vistoria no hospital, onde explicou que os equipamentos estavam encaixotados na época da auditoria e, por conta disso, não puderam ser inclusos no pareceres técnicos. Para Ciro, o procurador Oscar Costa Filho criou um caso “artificial”, “irresponsável” e “politiqueiro” ao falar da auditoria realizada pelo Ministério da Saúde em maio passado.

Caso Cocó

Questionado sobre as acusações de um grupo de manifestantes favoráveis a construção de dois viadutos entre as avenidas Engenheiro Santana Junior e Antônio Sales, durante a desocupação do local, o procurador também rebateu as acusações, afirmando já ter protocolado pedido de investigação, além de dizer que o grupo faz parte de uma “milícia” organizada pelo Governo para desqualificar o trabalho do MPF.

Comento

Ao que tudo indica, esse bate e rebate de críticas entre Oscar Costa Filho e Ciro Gomes vai descambar para o lado pessoal. Atenção senhores: o Ceará não precisa disso.