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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

DOIS ANOS DEPOIS O "PSD" CONTINUA IGUAL

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, outubro 28, 2013   Sem Comentários


Criado às vésperas do fim do prazo de filiações partidárias para as eleições de 2012, por motivos semelhantes aos dos recém-criados PROS e Solidariedade, o PSD completou dois anos no último dia 27 de setembro. 

Apesar de, no Ceará, ter nascido com boa quantidade de mandatários e conseguido o 2º lugar no número de prefeitos e vereadores eleitos no último pleito, especialistas avaliam que a legenda não cresceu o suficiente para conquistar relevância política, permanecendo, apenas como mais uma sigla dependente, na base aliada dos governos.


Almircy Pinto afirma que, no Ceará, o PSD vai continuar coligado ao grupo de Cid em 2014, por orientação da presidência nacional da sigla 

Presidente do PSD estadual, Almircy Pinto lembra que a legenda nasceu aliada ao grupo do governador Cid Gomes - de quem ele é chefe adjunto do gabinete -, com 40 prefeitos, cerca de 260 vereadores, cinco deputados estaduais e um federal. 

No pleito passado, a sigla elegeu 236 vereadores e 28 dos 55 candidatos a prefeitos, perdendo apenas para PSB e PMDB em número de eleitos, respectivamente. Na Capital cearense, contudo, o partido conseguiu eleger apenas um representante para a Câmara Municipal: o vereador Paulo Diógenes.

Para o presidente, esses números comprovam o crescimento da legenda no Estado e o colocam em destaque no cenário político cearense. "O PSD teve uma vantagem diferente em relação a esses novos partidos (PROS e Solidariedade). 

A formação dele se deu pela captação de assinaturas, com a participação das lideranças. Ou seja, com boa representatividade municipal. Nosso público alvo era políticos que tinham uma simpatia pelo governador Cid Gomes, mas estavam presos a partidos como PSDB e o PT, que se opunham a ele", alega.

Coligado

Segundo Almircy, por orientação do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, o partido vai continuar coligado ao grupo de Cid em 2014, para disputar apenas vagas no Parlamento. A ideia, conta, é eleger "pelo menos" o atual número de deputados estaduais (cinco) e aumentar de um para dois o de federais. 

"Temos boas pessoas, mas a gente está vendo que o poder de iniciativa já está concentrado naqueles que acompanham o governador há mais tempo", justifica ao ser indagado por que não buscar candidatura majoritária própria já no próximo ano.

Para o cientista político Hermano Ferreira, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), o PSD cresceu apenas em números e não se destacou no cenário político cearense. "Nem tinha como, porque é muito recente, criado em função dessa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)", justificou. 

Ele se refere à decisão do STF de 2007, estabelecendo que o mandato pertence ao partido e não ao candidato, o que tem feito com que muitos políticos "insatisfeitos" criem ou mudem para um partido novo, como refúgio para evitar questionamentos na Justiça.

Agrupou

No caso do PSD, como o próprio presidente estadual reconheceu, a maioria dos novos filiados era formado por políticos insatisfeitos, sobretudo, com o PSDB. Na avaliação do especialista, a legenda se agrupou em torno do governador Cid Gomes, "numa tentativa de se criar outro grupo que saísse da polarização PSDB x PT". "Não há lideranças novas. 

Não tem vida própria", critica, lembrando que, em São Paulo, o partido está sendo esvaziado depois da saída de Kassab da Prefeitura após dois mandatos consecutivo. "Aqui só não esvazia porque apoia do Governo Cid", diz.

Hermano Ferreira prevê que, para não enfraquecer, o futuro do partido é continuar na base aliada, como "uma espécie de força coadjuvante do grupo de Cid Gomes". 

"Se o governador for para uma instituição internacional como ele está cogitando (Cid cogita ir para o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, após deixar o Governo), o PSD tende a perder força, porque, quando o líder sai, mesmo que venha reorganizar, fica muito difícil. Caso isso aconteça, vão migrar para outro lugar, que só as circunstâncias de 2015 vão dizer", afirma.

Carona

Cientista político, ligado à Universidade Federal do Ceará (UFC), Uribam Xavier comenta que o PSD funciona apenas como mais um partido "de aluguel" do Governo Cid Gomes, o qual oferece a "estrutura" necessária para viabilizar as candidaturas das siglas auxiliares ao Parlamento, recebendo em troca o apoio necessário para aprovar suas propostas no Legislativo estadual. 

"Esses partidos funcionam pegando carona. O próprio Governo incentiva isso, porque política é calculo, não é ideologia", afirma o especialista.

O cientista político avalia que a legenda não tem propostas interessantes e ninguém com potencial para exercer cargos majoritários, o que a obriga a continuar na sombra do Governo. 

"Sem a ajuda do governador, não conseguem eleger ninguém nem para (deputado) estadual. Estão todos nas mãos dele", comenta. Para Xavier, com a saída dos Ferreira Gomes do poder, a sigla tende a perder força, como todas as agremiações que têm se sustentado à base dos governos estaduais e federal.DN

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