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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PAÍS AINDA TINHA 3,5 MILHÕES DE CRIANÇAS TRABALHANDO EM 2012

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, setembro 27, 2013   Sem Comentários

                                   

Número representa 8,3% da população entre 5 e 17 anos

Mais de 150 mil crianças deixaram o trabalho de 2011 para 2012, mesmo assim ainda temos 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando no Brasil, o que representa 8,3% das pessoas nessa faixa etária.

De acordo com os números de 2012 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. Em 1992, há 20 anos, essa taxa era de 19,6%. No ano passado, a maior queda aconteceu na faixa entre 10 e 13 anos, na qual 142 mil crianças deixaram de trabalho.

Mas houve aumento no Centro-Oeste na parcela de trabalhadores nessa faixa etária, passando de 7,4% para 8,5%. E entre os que têm 16 e 17 anos. Nessa faixa, foram mais 82 mil jovens trabalhando. Segundo Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad, nas outras regiões, houve queda.


O crescimento do trabalho infantil no Centro-Oeste aconteceu na faixa etária de 16 e 17 anos — afirma Maria Lúcia.

A economista do IBGE diz que, conforme vai aumentando a faixa etária, o salário desses trabalhadores cresceu, mas a escolarização diminuiu em relação às crianças e aos jovens que não trabalham.

Pelos números da pesquisa, 96,8% das crianças de 5 a 13 anos que trabalham estão na escola. Já na faixa entre 16 e 17 anos, essa taxa baixa para 70%. A carga horária também sobe: de 17 horas semanais entre 5 e 13 anos e de 32,5 horas entre os mais velhos.

Pelos números da pesquisa, o Brasil ainda tem 81 mil crianças de 5 a 9 anos trabalhando, quase a totalidade em atividade agrícola e sem remuneração, no auxílio à família. Em 2011, eram 89 mil.

Depois de ver o irmão mais velho e os amigos trabalhando, o brasiliense Renato (nome fictício), 13 anos, também escolheu ir para as ruas em busca de dinheiro. Todos os dias, percorre mais de 60 quilômetros de sua casa, em Planaltina de Goiás, até a Rodoviária de Brasília vendendo balas. Fatura cerca de R$ 50 por dia para ajudar no sustento da casa.

 Para conseguir carona nos ônibus, sempre entrega uma balinha aos motoristas. Renato mora com a mãe, beneficiária do Bolsa Família, e os dois irmãos em um casa alugada. O pai, segundo ele, "cansou e foi morar em Recife", mas não manda dinheiro para a família. O menino não se incomoda em trabalhar. Ao contrário, com o aval da mãe, diz que gosta de ir para as ruas:

— Não vejo problema. Pedi para a minha mãe e ela deixou.

Ele vende balas no período da tarde, depois de passar a manhã em uma escola da rede pública, onde cursa a 7ª série. Renato afirmou nunca ter repetido uma série e, com notas entre 6 e 7, ainda ajuda o irmão de 10 anos a estudar, sempre à noite. Segundo ele, a avaliação de seus professores também é de que "é melhor trabalhar do que ficar na rua". Para o futuro, planeja ingressar no Exército.

— Depois (do Exército), eu caço o que fazer — afirmou.

A procuradora do Trabalho Valesca Monte, membro auxiliar da Comissão da Infância e Juventude do Conselho Nacional do Ministério Público, disse que, no Centro-Oeste, o avanço do trabalho infantil preocupa, sobretudo por estar ligado a atividades de risco, como no emprego doméstico, nas carvoarias e em outras atividades informais, nas ruas.

 No caso de Brasília, muitas vezes, as crianças moram no entorno e se deslocam de ônibus, trabalhando cada dia em um lugar, o que dificulta o trabalho de fiscalização, identificação e inserção em programas governamentais.

— No Nordeste, os números saltam aos olhos. Mas, no Centro-Oeste, a grande preocupação é com o fato de o trabalho infantil ser relacionado às piores formas de trabalho — disse. — Infelizmente, por estarem nas ruas, as crianças são expostas ao sol, às drogas e à violência sexual — observou
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