Celso de Mello disse que além de "insólita", pressão sobre ele foi "inútil"
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello disse, em entrevista à colunista Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo publicada nesta quinta-feira (26), que sofreu uma "brutal pressão da mídia".
O desabafo do ministro está relacionado à decisão final sobre a aceitação dos embargos infringentes dos condenados do mensalão na qual ele desempatou o placar a favor dos réus.
Celso de Mello disse, ainda, que "a pressão, além de insólita, resultou absolutamente inútil".
No julgamento do STF, ocorrido no último dia 18, o ministro Celso de Mello deu o voto de Minerva que desempatou o jogo em 6 a 5, tornando possível novos julgamentos em casos de 12 réus.
Mesmo com toda a pressão da mídia, o decano manteve a palavra e decidiu o resultado como previsto. Mas de acordo com a entrevista, parece não ter aceitado bem a toda essa exposição midiática. Foi algo "incomum".
Celso de Mello disse que, em 45 anos de atuação na área jurídica, nunca presenciou "um comportamento tão ostensivo dos meios de comunicação".
O ministro defendeu a liberdade de crítica da imprensa, mas condenou a irracionalidade. Ele afirma que os meios de comunicação "cumprem o seu dever de buscar, veicular informação e opinar sobre os fatos" e lembra que já defendeu o direito de jornalistas manifestarem suas críticas.
Mas de acordo com o ministro, subjugar o magistrado pode ser perigoso e frustrar as liberdades fundamentais reconhecidas pela Constituição. Para Celso de Mello "é inaceitável, parta de onde partir". E finaliza: "sem magistrados independentes jamais haverá cidadãos livres." R7
0 comentários:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.