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segunda-feira, 15 de julho de 2013

POLICIAIS PRESO POR LIGAÇÃO COM O TRÁFICO RECEBIAM ATÉ R$ 300 MIL REAIS POR ANO

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, julho 15, 2013   Sem Comentários

  
Sete policiais civis suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas foram presos, na manhã desta segunda-feira, em uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo. 

Ao todo, a Justiça expediu 13 mandados de prisão contra policiais e outros três mandados de busca e apreensão. A ação aconteceu na capital paulista e em Campinas, a 94 km de São Paulo.

Foram presos na ação dois delegados, dois detetives e três investigadores. Todos são funcionários ou ex-funcionários do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), responsável pela repressão ao tráfico. 

Eles devem responder, a medida de suas participações, por crimes como extorsão, roubo formação de quadrilha, tortura e associação para o tráfico de drogas. Segundo o MP, os policiais davam proteção a traficantes e recebiam dinheiro para não combater o tráfico de drogas.

Um dos delegados presos nesta segunda-feira é Clemente Castilhone Júnior, supervisor da Unidade de Inteligência do Denarc, que também atua na agência integrada de inteligência dos governos estadual e federal para combater a violência em São Paulo. O delegado é suspeito de ter vazado informações a criminosos que poderiam comprometer a investigação do Gaeco.

O delegado-geral de Polícia Civil, Maurício Blazeck, confirmou na tarde desta segunda-feira que o Denarc passará por uma reestruturação. Ele não quis associar a medida à prisão dos sete policiais, mas afirmou que no departamento “há necessidade de ajustes”.

— O Denarc irá passar por reestruturação, modernização, já que é um departamento criado há 25 anos. Seus procedimentos e atribuições serão revistos diante não só desse fato. Há necessidade de ajustes estruturais e na filosofia de trabalho — disse Blazeck, que acrescentou, ainda, que a diretoria do Denarc, hoje comandado pelo delegado Marco Antonio Pereira Novaes de Paula Santos, não deverá ser mudada.

O promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Gaeco de Campinas, informou que uma nova etapa da operação contra policiais e traficantes está sendo realizada ainda nesta segunda-feira. De acordo com ele, somente mandados de prisão contra traficantes serão cumpridos nesta fase. Silveira Filho, no entanto, disse que tanto o Ministério Público quanto a Polícia Civil investigam a participação de outros policiais envolvidos com o narcotraficantes.

Um dos presos nesta segunda etapa é um traficante da região de Ribeirão Preto, ligado a Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que tem ligações com a facção que age nos presídios paulistas e é acusado de ser o mandante do assassinato do prefeito de Campinas Toninho do PT, em 2001.

Andinho segue no comando do tráfico em Campinas e região, mesmo preso na penitenciária de Presidente Venceslau, de segurança máxima, onde cumpre pena de 400 anos desde 2002. O traficante preso na região de Ribeirão Preto, de acordo com o promotor Silveira Filho, é suspeito de planejar a morte de promotores de Justiça do Gaeco de Campinas.

As investigações dos promotores do grupo tiveram início em outubro de 2012, a princípio contra traficantes comandados por Andinho. Depois, promotores chegaram a policiais suspeitos de desvios de conduta e acionaram a Corregedoria de Polícia Civil. 

Com autorização da Justiça, grampos telefônicos flagraram, entre outros, ordens do traficante para ataques a policiais e distribuição de drogas. Ao longo da investigação, os policiais suspeitos, tentaram, inclusive, prejudicar os trabalhos, até a situação tornar-se “impraticável”, segundo o promotor, e dar início aos pedidos de prisões temporárias à Justiça.

- Desde que a investigação foi instaurada, houve vários tipos de vazamento. Houve uma intervenção de pessoas ligadas ao fatos, de pessoas estranhas aos fatos - disse Silveira Filho.

Segundo o Ministério Público, os policiais civis cobravam uma anuidade entre R$ 200 mil e R$ 300 mil dos traficantes da região de Campinas que trabalhavam para Andinho para não serem presos, além de uma mensalidade cujo valor ainda não foi divulgado. 

Segundo o G1, a investigação mostrou, ainda, que no início deste ano o pagamento feito pelos traficantes começou a atrasar e que isso teria gerado revolta dos policiais do departamento de narcóticos, envolvidos no suposto esquema. 

Eles teriam iniciado uma série de represálias, como sequestros de parentes dos traficantes para exigir que o acordo fosse cumprido. Na hora de pedir o resgate, os policiais usavam os telefones dos próprios familiares, que estavam grampeados pelos promotores com autorização da Justiça.o globo



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