PAPA FRANCISCO DEIXA LEGADO

A semana dedicada pelo papa Francisco à Igreja Católica, no Brasil, alcançou o propósito de estimular a fé da mocidade reunida em mais uma Jornada Mundial da Juventude. A mensagem do Santo Padre ecoou, como se esperava, no espírito cristão daqueles encarregados de induzir esse ideal sagrado às novas gerações.

Ao mesmo tempo, o condutor da Igreja Católica despertou na população brasileira, de modo especial, nos habitantes do Rio de Janeiro, a herança de sua formação cristã, acomodada pela ação dos tempos, a multiplicação dos credos e até mesmo pela negação total dos valores religiosos. O País testemunhou as transformações comportamentais dos fluminenses num espetáculo nunca visto.

O papa Francisco retorna, hoje, para o Vaticano, em Roma, depois de haver conquistado, com gestos simples, a simpatia do Brasil inteiro, por sua pregação calcada na fé, pela reafirmação do compromisso da Igreja comprometida com os desamparados, sem rumo, sem proteção e até sem subsistência.

Nem sempre é fácil conseguir a adesão da juventude a teses capazes de modificar seu comportamento, de conduzi-la a assumir a aceitação das posturas éticas, calcadas no amor ao próximo, na dedicação ao semelhante, na partilha de bens materiais. 

A primeira barreira, para tanto, resulta do egocentrismo tão comum entre os jovens, muito em voga nos tempos atuais, quando difícil é aceitar o comprometimento com o outro.

Foi nessa linha o ensinamento transmitido pelo Santo Padre aos grupos jovens provenientes de 170 países com delegações presentes na Jornada do Rio de Janeiro. A juventude era a sua meta. Mas o otimismo, o despojamento, a bondade e o carisma irradiados pelo talento de comunicador excepcional, conseguiram também mobilizar contingentes humanos expressivos para ouvir suas alocuções e a identificação com o povo de Deus carente de otimismo.

O novo dirigente do Catolicismo no mundo abalou, de fato, os alicerces sobre os quais se vinham comportando os seguidores de Jesus Cristo. Fez mais. Reorientou a mensagem divina para o amparo dos mais frágeis, procurando, sempre, sensibilizar os jovens em relação à proteção dos idosos. Por onde passou fez-se irmão, sem esnobismo, exigências exageradas ou fora de época. 

A Igreja de Cristo, de fato, tem um pastor capaz de traduzir os clamores dos novos tempos, de congregar, reunir, pacificar e irradiar felicidade sem cobranças, sem contrapartidas exorbitantes, sem dramas de consciência. 

Os ensinamentos do viajor da pregação cristã ficarão para sempre na memória de quem testemunhou seu apreço pelas crianças e pelos amadurecidos pelo tempo.

Debaixo de chuva e frio, conseguir manter ouvintes atraídos por sua simpatia, pela verdade das mensagens, pela comunicação simples, direta, fácil de ser assimilada pelas pessoas mais simples do povo. Nos pequenos grupos ou na amplidão do público da praia de Copacabana, a receptividade foi a mesma. O papa conseguiu a reverência nacional em torno da primeira visita de seu pontificado para além dos limites do Estado do Vaticano.

Tudo em clima de muito respeito, aplausos e aceitação de seus ensinamentos. Aos governantes, lembrou a necessidade de afastar os interesses egoístas, substituindo-os pelas causas dos grupos humanos mais sacrificados em suas condições de sobrevivência.

O papa Francisco encantou a todos, testemunhou a essência do Cristianismo e deixou legado a ser seguido.DN