MINISTRO DA EDUCAÇÃO TRAMOU A QUEDA DO MINISTRO DA FAZENDA

 

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, é apontado nesta edição da revista Veja como pivô de uma intriga para derrubar seu colega da Fazenda; de acordo com a reportagem, ele teria procurado o vice-presidente, Michel Temer, e pedido a ele que levasse críticas sobre a condução da economia à presidente Dilma; 

Temer confirma o encontro com Mercadante, mas nega o teor da conversa; Mercadante, por sua vez, também repudia a insinuação; fogo amigo real ou intriga de Veja?

Uma reportagem do jornalista Robson Bonin, publicada em Veja deste fim de semana, aponta uma suposta conspiração capitaneada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, com o objetivo de derrubar seu colega da Fazenda, Guido Mantega. 

De acordo com o texto, Mercadante teria procurado o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, e pedido a ele que engrossasse as críticas a Mantega.

Segundo a revista, o "plano maquiavélico" consistia em fazer com que diversos interlocutores levassem a Dilma a mesma mensagem e passassem a desconstruir a imagem do ministro. "A presidente não reage bem quando se sente cobrada. Então, não adianta pressionar. 

Daqui para a frente, nas conversas com ela, todos deveríamos falar a mesma língua", teria dito Mercadante. O ministro defendia ainda uma "reformulação total" na economia, pedindo também a saída do secretário do Tesouro, Arno Augustin.

Temer, no entanto, não teria aderido à conspiração. Pior: repassou o teor da conversa a terceiros, como o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, que teria espalhado a fofoca pelo Congresso. 

Procurado pela revista, Temer confirmou o encontro com Mercadante, mas negou que o ministro da Educação tivesse levado a ele qualquer conspiração. "Encontrei o Mercadante para fazer uma análise real das relações do governo com o Congresso e o empresariado", disse ele.

O ministro Mercadante, por sua vez, negou a trama. "Jamais tratei de mudança na equipe econômica com o vice-presidente Michel Temer ou com qualquer pessoa, em qualquer circunstância. Não é da minha alçada o assunto e não está na pauta do governo", declarou.

Feitos os desmentidos, restam três possibilidades: (1) existiu o fogo amigo dentro do PT; (2) trata-se de fogo amigo PT-PMDB ou (3) tudo não passa de uma intriga de Veja, e não do governo.