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quinta-feira, 27 de junho de 2013

CINCO MIL PESSOAS NAS RUAS DE BRASÍLIA

Por .   Postado  quinta-feira, junho 27, 2013   Sem Comentários

  Manifestante é preso por policiais na Esplanada dos Ministérios Foto: André Coelho / Agência O Globo
A manifestação realizada nesta quarta-feira em Brasília reuniu cerca de 5 mil pessoas, considerando a área em frente do Congresso Nacional e toda a Esplanada dos Ministérios, segundo a Polícia Militar (PM). 

Durante o ato, não houve registros de violência ou vandalismo, mas no final da noite rojões foram jogado na direção dos policiais que protegiam o prédio do Congresso e eles responderam com muitas bombas de gás lacrimogêneo. 

Às 21h35, a PM fez uma ação para dispersar os manifestantes, jogando muitas bombas no gramado do Congresso, em todas as direções, muito perto das pessoas. A maioria deixou o gramado e recuou, indo para a Esplanada dos Ministérios.

Mesmo quem tentava fugir pelo gramado lateral do Congresso não escapava dos efeitos da saraivada de bombas de gás. Os homens da polícia que estavam perfilados nas pistas da Esplanada também lançaram bombas contra os manifestantes e alguns espirraram spray de pimenta contra quem tentavam recuar. 

Algumas viaturas da polícia subiram o gramado do Congresso e detiveram manifestantes. Com essa ação, o gramado ficou vazio, com poucas pessoas, e a maioria saiu na direção da rodoviária.

O coronel José Matias afirmou que a PM decidiu lançar as bombas depois ser atacada por bombas e rojões. Não foram identificados outros artefatos ou armas. Segundo o coronel, um policial foi ferido e pelo menos três prisões foram feitas na manifestação de hoje. Ele acredita que foram feitas outras prisões, mas não soube dizer quantas.

Tentativa de abraço simbólico ao Estádio Mané Garrincha foi frustrada

Mais cedo, um grupo de manifestantes deixou o gramado do Congresso e se dirigiu ao Estádio Nacional Mané Garrincha, para tentar organizar um abraço simbólico na arena. Mas a iniciativa foi frustrada porque nem todos concordaram com a ideia e algumas pessoas não permitiram o abraço. Eles retornaram ao Congresso.

— Vocês estão abraçando a Fifa e corrupção! — gritavam os manifestantes contrários.

O protesto começou a tomar corpo na mesma hora em que teve início o jogo Brasil e Uruguai, pela Copa das Confederações, por volta das 16h. A passeata partiu do Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, em direção ao Congresso.

Após o fim do jogo, os manifestantes driblaram o forte aparato policial que se concentrava no Congresso e no início da Esplanada. Centenas de manifestantes saíram do local, subiram o Eixo Monumental e fecharam a principal via expressa de Brasília, o Eixão, no sentido sul. 

Depois, decidiram ocupar pistas adjacentes e se encaminharam ao Eixo W, que dá acesso às quadras 100 da Asa Sul. Às 19h, o grupo chegou ao Estádio Nacional de Brasília. Muitos manifestantes estavam encapuzados e alguns, mais exaltados, sugeriram que eles tentassem invadir o local. Um policial ficou ferido quando um carro precisou dar ré e atingiu sua moto.

O PSOL encontrou uma forma disfarçada de participar dos protestos em Brasília. Pelo menos três organizações ligadas ao partido promoveram uma aula aberta no Museu da República. Elas foram responsáveis por organizar e mobilizar as pessoas para a aula com o cientista político Vladimir Safatle, professor de filosofia da USP, antes de seguirem para a frente do Congresso Nacional. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) participa do movimento.

Estavam no museu integrantes do Movimento Brasil e Desenvolvimento (B&D), ligado ao PSOL. Os integrantes do B&D usam camisetas apenas com essas letras e com o símbolo do partido, o sol, sem expor a legenda. O grupo distribuiu panfletos com uma pauta de reivindicações e pedidos para que os protestos continuem nas ruas. No panfleto, há a identificação do PSOL.

Além disso, militantes da CSP-Conlutas, central sindical formada basicamente por filiados ao PSOL e ao PSTU, participaram da organização do ato. Há ainda o grupo que faz oposição de esquerda dentro da União Nacional dos Estudantes (UNE), formado basicamente por estudantes com militância no PSOL. Todos os partidos vêm sofrendo forte resistência dos ativistas que tomaram as ruas em todo o país. Assim, a estratégia foi esconder as bandeiras explícitas e ir para as ruas com grupos específicos, como faz o PSOL hoje.

Carro de som estava disponível para todos, mas com restrições

O carro de som foi levado pelo movimento Ocupa Brasília, que se considera um movimento apartidário. Um dos integrantes do movimento, Salomão Azevedo disse que o carro está disponível para qualquer grupo que quiser se manifestar. Só não seriam permitidas mensagens de cunho pessoal ou partidário. 

Mas o agricultor Joselito Antônio da Silva, do município de Abreu Branco (PA), foi um dos impedidos de falar no carro de som. Ele disse que teve sua propriedade desapropriada para construção da usina hidrelétrica de Tucuruí e reclama da indenização que recebeu do governo.

— Tem de ser um tema que seja para todo mundo. E isso é pessoal — disse Salomão para Joselito.

O integrante do Ocupa Brasília disse que não teve problemas com a Polícia para trazer o carro de som.

— Entramos em contato com o comandante da PM, com a assessoria do (senador) Cristovam Buarque, do (deputado) Regufe e do (senador) Rodrigo Rollemberg. Entregamos o ofício à PM, dissemos que a manifestação era pacífica e conseguimos.

O carro de som também toca músicas, principalmente pop rock nacional e dá até notícia do jogo do Brasil.

— Você que gosta de futebol: Brasil 1. Gol de Fred — anunciou.

Por volta das 18h cerca de 30 manifestantes expulsaram aos gritos o caminhão. Os manifestantes estavam revoltados porque acharam que o movimento Ocupa Brasília estava “tentando pegar carona” no protesto popular espontâneo e apartidário. O locutor ainda tentou apaziguar os ânimos anunciando o resultado do jogo da seleção brasileira contra o Uruguai.

— Brasil 2, Uruguai 1 — disse, mas não adiantou porque os manifestantes contrários gritaram:

— Fora! Fora!

Logo depois o caminhão deixou o local.

Manifestantes levam faixas

Em uma faixa grande, carregada pelos manifestantes que estavam na linha de frente da passeata que foi rumo ao Congresso, se lia “O Brasil mudou, a pizzaria fechou". Os cartazes mostrados pelos manifestantes tratavam de temas como a liberdade de expressão, críticas à corrupção e pedidos de mais recursos para a saúde. Os manifestantes gritavam:

— Ô Dilma, mas que vergonha, a passagem tá mais cara que a maconha.

— Voto secreto não, eu quero ver a cara do ladrão.

— Ei ei, Feliciano é gay.

Um grupo de manifestantes chegou antes ao gramado do Congresso, antes das 16h. Eles protestavam contra o Estatuto do Nascituro e o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos. Esse grupo é formado por representantes do movimento Honestinas (de estudantes da UnB); pelo Triângulo Rosa (movimento de defesa dos direitos LGBT); pela Marcha das Vadias (da pauta feminista); e da Assembleia Nacional de Estudantes-Livre (Anel).

Esquema especial para identificar bombas e rojões

Pela manhã, a ONG Rio de Paz colocou 594 bolas de futebol no gramado em frente ao Congresso Nacional, para passar simbolicamente aos parlamentares a responsabilidade pelas mudanças exigidas pela população nas ruas. Os manifestantes chutaram as bolas em direção dos policiais, e a maioria caiu no espelho d'água. Um grupo recolheu as bolas que estavam no espelho d'água para chutar de novo. Outros recolheram para jogá-las atrás da linha dos policiais, assim ninguém poderá pega-las novamente. As bolas também foram usadas para brincadeiras entre os participantes.

Para o protesto desta quarta-feira, a Polícia Militar do Distrito Federal criou um esquema especial, com policiais revistando as mochilas dos manifestantes que chegam. A ideia é identificar bombas e rojões. Até o momento, a revista está tranquila, com manifestantes submetendo seus pertences para análise dos policiais, sem gestos de contrariedade.

A PM reforçou o policiamento com quatro mil homens nas ruas da capital federal. Nesta quarta-feira, os policias fazem cordões de isolamento em alguns prédios públicos, inclusive no Palácio do Itamaraty, que sofreu depredação na semana passada. Ministério da Justiça e da Saúde têm proteção especial com policias perfilados em frente aos prédios. O Banco Central também reforçou a segurança.

A Esplanada dos Ministérios foi bloqueada na altura da Rodoviária até o Palácio do Planalto e o trânsito de veículos foi interrompido. Também foi fechada as vias laterais, entre os ministérios e os anexos. Apenas a saída está liberada.

Um grupo de pessoas de Mato Grosso se manifestavam favoravelmente a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que transfere para o Congresso a última palavra sobre a demarcação de terras indígenas. Eles reclamam que tiveram suas terras no estado ocupadas por índios.o globo



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