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terça-feira, 14 de maio de 2013

GREVE NA POLÍCIA MILITAR; A AUTORIDADE NÃO FOI RESTITUÍDA

Por .   Postado  terça-feira, maio 14, 2013   Sem Comentários

A greve que deixou a segurança pública em colapso na virada de 2011 para 2012 teve entre as razões fundamentais a crise da autoridade e da hierarquia no comando da Polícia. O movimento ocorreu completamente à margem da lei e das normas da estrutura militar. 

Quem diz isso não sou eu, mas o líder do movimento, o hoje vereador capitão Wagner (PR), ainda em janeiro de 2012: “A gente tem consciência de que o movimento foi totalmente ilegal, mas foi o mecanismo encontrado pelo trabalhador para alcançar seus objetivos”. Claro que isso está errado e o resultado da insubordinação criou condições palpáveis para uma tragédia. 

Houve motim, aquartelamento, manifestação com armas em punho. Sucessão de absurdos. No entanto, para que não se repita, há de se compreender as razões para que isso tenha se dado. Nos fundamentos da questão reside a dissolução da autoridade do comando sobre a tropa. Passado quase um ano e meio, esse cenário de falência da hierarquia não está solucionado, longe disso. 

A imagem do governador na rua discutindo com manifestantes é sintoma da desmoralização da cúpula da Segurança Pública, que expõe o chefe do Poder Executivo a exposição completamente inadequada. O governador até ameaçou dar voz de prisão ao vereador. Situação que o capitão deve até ter torcido para que ocorresse, pois o transformaria em vítima, quase mártir.

Ver Cid cercado pelo protesto das mulheres de policiais remete inevitavelmente à manifestação ocorrida em dezembro de 2012, durante visita realizada por ele e por deputados estaduais à obra do metrô. O episódio não foi levado a sério como merecia e, semanas depois, houve a fatídica greve. Agora, o cenário está claro: Wagner já fez ameaça de nova paralisação. Se a situação não for contornada, a Polícia vai parar em plena Copa das Confederações.

Para chegar à raiz da questão, há de se restituir a autoridade do comando sobre a tropa. Mas esse é trabalho de longo prazo. Se não foi feito em um ano e quatro meses, não o será em um mês. Agora, o caminho é do diálogo. E rápido.

PARA ALÉM DA SURPRESA

Na greve de 2012, o comando do Estado enfatizou sua surpresa com a rebelião da tropa. A perplexidade foi indisfarçável, mas só se justifica o estranhamento porque, naquela ocasião, os sinais foram ignorados. O protesto na visita ao metrô, de onde Cid teve de sair escoltado pelo batalhão de choque, foi o mais relevante deles. 

Agora, o governador garante que a situação é outra. “Da outra vez fomos pegos de surpresa. Desta vez, não seremos mais. Qualquer movimento que houver, seja de indisciplina ou que promova insegurança no Estado terá reações fortes dentro da lei”, disse Cid no domingo. Outro equívoco de avaliação.

Não é só a surpresa que explica o colapso de 2012. O quartel da 6ª Companhia do 5º Batalhão, no Antônio Bezerra, foi tomado em 29 de dezembro de 2011, em momento crucial da paralisação. O momento mais grave se deu cinco dias depois. 

Nesse intervalo, houve chegada da Força Nacional, ordem judicial – solenemente ignorada – para retorno ao trabalho, e realização e festa de Réveillon em relativa tranquilidade. As autoridades prepararam-se para a virada de ano e claramente apostaram que, passados os festejos de Ano Novo, o movimento perderia força. Deu-se o contrário.

Algum tempo depois, pode ficar a impressão de que aquele motim caiu do nada na cabeça do governo. O que não é verdade – a construção foi longa e demorada. Não foi só a surpresa que justificou o apagão da segurança no começo do ano passado e não é só o acompanhamento mais acurado agora que resolverá o problema agora.o povo

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