Às vésperas do encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, em uma tentativa de sepultar a crise entre Legislativo e Judiciário, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, voltou nesta segunda-feira a criticar a Suprema Corte.
Na avaliação dele, a liminar que suspendeu o trâmite no Senado Federal do projeto que cria restrições aos novos partidos criou um estresse "desnecessário", "equivocado" e "absurdo" entre os dois poderes. Hoje à tarde, na reunião com o ministro da Suprema Corte, o presidente da Câmara dos Deputados pedirá que a liminar seja revista.
Na semana que se passou, houve um estresse desnecessário, equivocado, absurdo, inaceitável e impensável do poder judiciário com o poder legislativo. Seria uma absoluta irresponsabilidade se pensar em qualquer conflito, qualquer confronto entre dois poderes da democracia — afirmou, em discurso no XII Fórum de Comandatuba, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE).
O presidente da Câmara dos Deputados antecipou que no encontro, que terá a presença também do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, pretende deixar claro que o dever constitucional do Poder Legislativo deve ser respeitado. No domingo, ele acusou a Suprema Corte de ter feito uma "invasão completa" e acusou Gilmar Mendes de ter atuado de "maneira equivocada".
Para tentar apaziguar a relação entre os poderes, Henrique Alves irá propor nesta segunda-feira projeto de resolução para tornar a partir de agora nominais as votações, tanto em comissões como no plenário, de Propostas de Emenda Constitucionais (PECs).
O objetivo da iniciativa é evitar que medidas polêmicas, como a que criou a crise institucional entre Legislativo e Judiciário, sejam aprovadas de maneira simbólica, sem passar por ampla discussão na Câmara dos Deputados. Na última quarta-feira, a PEC 33, que permite ao Congresso Nacional reavaliar decisões da Suprema Corte, foi foi votada sem manifestação contrária e de maneira simbólica na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que pegou de surpresa até membros da base aliada do governo federal.
No evento, que reúne deputados, senadores, governadores e prefeitos, o presidente da Câmara dos Deputados arrancou risos da plateia ao cobrar publicamente das autoridades presentes doações para o Instituto Ayrton Senna.
Ele prometeu cobrar dos deputados e senadores uma doação de R$ 100 mil e explicou que, cada um deles, pode dividir o valor em parcelas mensais de R$ 1 mil.— Eu vou cobrar, com a autoridade de presidente da Câmara dos Deputados. Em Brasília, eu mesmo vou cobrar.
Vou pedir um cheque de R$ 100 mil, para que possam oferecer em parcelas de R$ 1 mil, para fortalecer a educação brasileira — afirmou.Diante dos risos e aplausos dos políticos, fez uma cobrança mais enfática:— Os senhores estão sorrindo aqui e batendo palma, mas não vão ficar bravos depois lá fora. Cada um pode dar R$ 1 mil por mês para chegarmos a R$ 100 mil — ressaltou.o globo
0 comentários:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.