Ministro do STF reconhece que cabe ao jornalismo controlar o poder político e não o contrário
Homenageado com o Prêmio Liberdade de Imprensa, no 26º Fórum da Liberdade em Porto Alegre, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, considera que cabe ao próprio jornalismo exercer o auto-controle para se tornar cada vez mais confiável e legítima. "Um dia a imprensa terá o seu CNJ (Conselho Nacional de Justiça), mas é uma depuração de dentro para fora. Não pode ser de fora para dentro, se entendermos que quem está do lado de fora é o Estado", afirmou o ex-ministro. À imprensa, conforme o ex-ministro, "cabe controlar o poder político e não o contrário".
Ayres Britto analisou, ainda, o momento vivido pelo Brasil no que se refere à liberdade. "Aqui e ali reponta uma ou outra análise doutrinária, é produzida uma ou outra decisão limitadora dessa liberdade. Mas isso faz parte do processo de afirmação da sua plenitude", avalia o magistrado. "O que cabe à imprensa é vivenciar sua liberdade em sua plenitude, defendê-la. E deixar sempre claro para a sociedade que não se pode, pelo temor do abuso, proibir o uso."
Por outro lado, segundo o ex-ministro, a imprensa deve entender que seu papel de "poder é um direito que corresponde ao de interferir na esfera de liberdade de terceiros, e às vezes a imprensa se equivoca, comete injustiças", ponderou. "A imprensa passa então a se autocontrolar e a ser controlada pela sociedade difusamente", observou.CORREIO DO POVO
0 comentários:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.