O racionamento no abastecimento de água que já atingiu Pacoti, no Maciço de Baturité, e Quiterianópolis, no sertão dos Inhamuns, por causa da seca, tem causado apreensão em cidades que estão com situação hídrica de instabilidade. É o caso de Tauá e Crateús, ambas na região dos Inhamuns, além de Beberibe, município do litoral leste.
Segundo a prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar (PMDB), o açude Trici (15,23% de volume), que abastece a cidade, deve ainda aguentar mais dois meses sem recarga d’água. “Se não houver chuvas, a barragem vai colapsar”, enfatiza. Ainda mais tempo sem precipitações substanciais deixariam a situação ainda mais caótica.
A solução mais rápida encontrada para Tauá foi a transposição de um água bruta do açude Favelas (29,77% de volume) a ser tratada e distribuída pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). A médio prazo, o governo do Estado autorizou a começar licitação para construção de adutora que vai transferir água do Arneiroz II (37.35% de volume), ao longo de 42 km.
Em Crateús, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Wagner Claudino Sales, afirma que a maior preocupação aponta para o aspecto econômico. Caso haja necessidade de comprar água, o preço poderá se elevar acima da capacidade financeira dos habitantes, diz ele. Em Beberibe, a situação tem exigido a perfuração de poços profundos. Sete ao todo devem ser perfurados nos próximos dias.
A situação de Crateús é a mais difícil. De acordo com o presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Rennys Frota, o bombeamento para a cidade será feita a partir do porão do reservatório Carnaubal (7,39% de volume), porque está abaixo da capacidade de bombeamento normal. Para evitar colapso, Frota diz que a água pode vir dos açudes Jaburu II e Flor do Campo. Essa transferência ainda não foi feita já que o Carnaubal teria potencial hídrico a ser explorado.
Pacoti e Quiterianópolis
A proprietária de hotel em Pacoti, Marly Santos Teixeira, diz, embora sua hospedagem não sofra com a falta d’água por ter abastecimento próprio, que alguns hotéis da cidade estão passando por problemas depois do racionamento. Em alguns casos os funcionários precisam lavar fardas no hotel.A atendente Aline Macedo, de Quiterianópolis, explica que o racionamento não está sendo tão sentido uma vez que, por conta da qualidade da água que saía das torneiras, a cidade já está sendo abastecida por carro-pipa. O açude Colina (5,2% de volume) está numa das piores situações do Estado.O POVO
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