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sexta-feira, 22 de março de 2013

POLÍCIA INDICIA 16 PESSOAS POR TRAGÉDIA DA BOATE "KISS"

Por .   Postado  sexta-feira, março 22, 2013   Sem Comentários

                         Fachada da boate Kiss após o incêndio Foto: Divulgação / Polícia Civil do Rio Grande do Sul

Depois de 55 dias de investigação, 810 depoimentos e 13 mil páginas de provas e testemunhos, a polícia do Rio Grande do Sul responsabilizou nesta sexta-feira 28 pessoas pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, que causou a morte de 234 pessoas na madrugada de 27 de janeiro e de mais sete depois da tragédia

Dezesseis foram indiciadas criminalmente, das quais nove foram por homicídio doloso qualificado (quando os acusados assumem o risco de matar) e quatro por homicídio culposo. Como não pode ser indiciado por ter foro privilegiado, a polícia encaminhou para a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande de Sul o caso do prefeito da cidade, Cezar Schirmer, com a indicação de homicídio culposo e de improbidade administrativa. 

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, informou que vai demitir o comandante do Corpo dos Bombeiros, Moises Fuchs, responsabilizado por homicídio culposo e improbidade administrativa.


Entre os nove indiciados por homicídio doloso estão Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da boate, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da banda Gurizada Fandangueira. Os quatro estão presos desde a tragédia. 

Dois bombeiros que vistoriaram o estabelecimento, Gilson Martins Dias e Vagner Guimarães Coelho, foram indiciados pelo mesmo crime por permitirem o funcionamento da casa mesmo diante de irregularidades comprovadas pela investigação. Se forem denunciados pelo Ministério Público, os dois, apesar de serem militares, serão julgados pela justiça comum.

Dois secretários são indiciados

Completam a lista de indiciados por homicídio doloso o gerente da Kiss, Ricardo de Castro, a mãe de Kiko Spohr, Marlene Teresinha Calegaro, e a irmã dele, Angela Calegaro, que aparecem como as donas legais do empreendimento no contrato social da boate. 

Outros quatro funcionários públicos da prefeitura de Santa Maria, entre eles dois secretários, foram indiciados por homicídio culposo. Além disso, houve mais dois indiciamentos de oficiais dos bombeiros por fraude processual, acusados de agregar documentos falsos ao processo de licenciamento da Kiss. 

Um ex-sócio do empreendimento foi indiciado por falso testemunho.

Como alguns acusados foram citados por mais de um crime, o total de recomendações para indiciamentos do inquérito chegou a 35. A polícia também vai encaminhar ofício ao Ministério Público noticiando possíveis práticas de improbidade administrativa por parte do prefeito e de mais oito pessoas. Indícios de prática de crime de homicídio culposo por parte de nove bombeiros serão encaminhados à Justiça Militar. Isso acontece porque a polícia não pode indiciá-los.

Para delegado, responsabilização de prefeito ‘está fartamente demonstrada’

Segundo o delegado Marcelo Arigony, que apresentou o resultado do inquérito, a responsabilização do prefeito “está fartamente demonstrada” na investigação. 

Os dados referentes ao crime de improbidade administrativa serão remetidos à Câmara de Vereadores de Santa Maria.

A tese da polícia é de que as mortes foram causadas por asfixia provocada por gás cianeto e foi confirmada pelos laudos científicos produzidos pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul. 

O inquérito foi encaminhado ao Fórum de Santa Maria nesta tarde. Nele, a polícia concluiu que havia superlotação: no mínimo 864 pessoas estavam no interior da boate.

Além de vídeos e fotos da boate, foram entregues laudos sobre a morte de 234 vítimas da tragédia e um relatório técnico que aponta as causas do incêndio e identifica os problemas estruturais que contribuíram para a quantidade elevada de mortes.

De acordo com o chefe de polícia do estado, Ranolfo Vieira Júnior, trata-se da apuração mais importante da história da polícia gaúcha.

- Queremos dar o máximo de publicidade ao conteúdo desse trabalho. Pelo número de vítimas, pelas circunstâncias e pela complexidade, posso afirmar que se trata da maior investigação já realizada pela polícia gaúcha – afirmou.

Será enviada cópia do inquérito ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), a fim de averiguar eventuais responsabilidades profissionais de engenheiros e arquitetos que prestaram serviços à boate.

Nove pessoas continuam internadas

O promotor Joel Dutra, que acompanha o caso, adiantou que precisará de pelo menos mais 15 dias para oferecer ou não denúncia à Justiça. 

O promotor informou também que provavelmente pedirá novas diligências para investigar outros agentes que possam ter contribuído para a tragédia.

- Nesta primeira etapa, as palavras-chave para o Ministério Público são fogo e espuma. É possível que outras condutas não relacionadas diretamente relacionadas a esse núcleo precisem de mais elementos para formalizar algum tipo de denúncia – disse.

Quase dois meses depois do incêndio, nove pessoas continuam internadas em hospitais de Santa Maria e de Porto Alegre. 

Segundo boletim divulgado pela Força Nacional do SUS, apenas um desses pacientes, internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, ainda corre risco de morrer. O estado dele é considerado regular pela direção médica do hospital.O GLOBO

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