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terça-feira, 5 de março de 2013

O FUTURO DA IGREJA; CARDEAIS SEM PACTO DO SILÊNCIO

Por .   Postado  terça-feira, março 05, 2013   Sem Comentários

                   Quebrando o silêncio. O cardeal Francis George, à direita, com o colega Donald Wuerl Foto: ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS

Os escândalos do Vaticano já produziram o primeiro efeito: fazer alguns cardeais falarem, em pleno encontro preparatório para o conclave que elegerá o novo Papa. 

Nesta segunda-feira, cardeais americanos resolveram convocar a imprensa para uma entrevista coletiva, depois de beijarem o Evangelho prometendo sigilo na cerimônia de abertura do encontro. É um inusitado sinal de transparência no Vaticano.


Em 2005, nos encontros que antecederam a eleição do Papa Bento XVI, os cardeais fecharam um pacto de silêncio. Sem meias palavras, o cardeal americano Francis George explicou assim a sua decisão:

- Melhor falar com a imprensa… do que não falar.

A entrevista, no Colégio Pontifício Norte-Americano, próximo ao Vaticano, reuniu mais de 120 profissionais da imprensa internacional. Fora o encontro habitual com o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, esta foi a única possibilidade de questionar os cardeais.

A rotina dos jornalistas nestes dias que antecedem o conclave não tem glamour: a maioria passa o dia em pé no frio do inverno da capital italiana (5°C ontem), correndo atrás de cardeais que saem protegidos por policiais, e não se manifestam nem para um “bom dia”. Grande parte optou pelo carro ou por vans para não ter que enfrentar o batalhão de repórteres.

Nesta segunda-feira, os cardeais começaram a chegar cedo para a abertura do encontro. E às 9h, sem ter ainda jurado sigilo, alguns falaram. Foi o caso do arcebispo de Paris, André Vingt-Trois:
- Temos reuniões toda a semana para nos conhecermos e discutirmos juntos as questões que temos que enfrentar. Não posso dizer por antecipação quais serão estas questões e quem serão os melhores (cardeais) para responder - disse o cardeal francês.

Ao fim do primeiro dia do encontro, conhecido como Congregação Geral, o silêncio dos cardeais era total. Quem falou, como o cardeal nigeriano Francis Arinze, disse apenas:

- Tudo correu bem. As conversas foram boas.

Os brasileiros evitaram a imprensa. E não por acaso, o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, um dos cotados pela imprensa internacional para ser eleito Papa, não deu uma entrevista desde que chegou a Roma e foi raramente visto. Assessores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se encarregam de divulgar sua cotação.

O monsenhor Antônio Luiz Catelan garantia que dom Odilo já “tem apoio de dois continentes”. A pedido do cardeal, ele comprou três livros: “A herança do Amor”, do Papa Bento XVI; um do cardeal Agnello Rossi (1913-1995), e uma obra sobre o Concílio Vaticano II.o globo

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