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sábado, 2 de março de 2013

A CARÊNCIA DE MÉDICOS NO INTERIOR

Por .   Postado  sábado, março 02, 2013   Sem Comentários


                               

A ausência de médicos no interior do País decorre de questões estruturais. Objetivando corrigir as distorções acumuladas e dotar os programas de saúde pública desses profissionais de extrema necessidade, o Ministério da Saúde mantém permanentemente aberto o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica.

Seu objetivo inicial se concentra, prioritariamente, em levar médicos aos rincões mais isolados do País, bem assim às áreas carentes das capitais. No ano passado, pelo menos 7.193 vagas para a contratação de médicos foram ofertadas. Elas decorreram, em parte, do pedido de ajuda formulado por nada menos de 1.228 municípios prejudicados na expansão do Programa Saúde da Família.

Com níveis de salários acima da cotação verificada na rede privada das grandes cidades, as ofertas só foram aceitas por 1.460 profissionais recém-formados. A ausência de médicos-residentes chegou a inviabilizar a formação das equipes Saúde da Família de 2.130 municípios, mesmo com os estímulos oferecidos para o desempenho profissional.

O Conselho Federal de Medicina e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo realizaram recente pesquisa sob o título “Demografia Médica no Brasil: cenários e indicadores de distribuição”. Por este último levantamento, o número de médicos graduados vem crescendo nas últimas décadas, observando-se, porém, má distribuição pelos mercados potenciais de trabalho.

Os dados levantados comprovam: o Brasil registrou em 2012 contingente de 388.015 médicos atuantes, correspondendo a dois profissionais para cada grupo de mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como relação ideal a de, pelo menos, um médico para grupo de mil pessoas.


Esse indicador é prejudicado no País pela elevada concentração de médicos nas capitais e nos grandes centros urbanos interioranos, em prejuízo dos grupos mais carentes. Mas nem os salários elevados conseguem atrair por longo tempo os profissionais saídos dos grandes aglomerados urbanos.

Outro estudo, originado no Conselho Federal de Medicina, “Demografia Médica no Brasil 2” mostra detalhes da realidade levantada. Dados colhidos para projeção de três décadas concluem: o médico que se forma em localidade diferente da sua cidade de origem tende a se fixar nas capitais. Do total de médicos saídos de sua cidade natal, apenas 37% a ela retornaram. A maioria - 60% - preferiu permanecer nas capitais.

O Distrito Federal lidera a atração como local de trabalho pelos profissionais de saúde, exibindo relação de 4,09 por mil habitantes. Em segundo lugar, aparece o Rio de Janeiro, onde há 3,62 profissionais médicos para cada grupo de mil moradores. São Paulo dispõe de 2,64. O Ceará está fora da média nacional (2,00), com a proporção de 1,16. A pior situação é do Maranhão com 0,71.

Pelas regiões geoeconômicas, o Norte detém, proporcionalmente, menos médicos: 1,01 para cada mil habitantes; o Nordeste, 1,23; o Centro-Oeste, 2,05; o Sul, 2,09; e o Sudeste, 2,67 para mil habitantes. Em todas elas, observa-se o mesmo fenômeno: vazio no Interior e elevada concentração nos centros populacionais de grande porte.

A questão é difícil, primeiramente, porque o País precisa duplicar o número de profissionais. As soluções são múltiplas, mas sempre complexas. É relevante que o tema tenha passado a constar da agenda de governo, que se alertou para a disparidade no tratamento dos cidadãos brasileiros em função de sua residência.
DN

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