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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

NIEMEYER MORRE AOS 104 ANOS

Por .   Postado  quinta-feira, dezembro 06, 2012   Sem Comentários

Oscar Niemeyer (Foto: Arquivo /Editora Globo)a

Niemeyer completaria 105 anos no dia 15 de dezembro. Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares nasceu no Rio de Janeiro, em 1907 e foi criado no bairro de Laranjeiras.


Desde pequeno, gostava de desenhar, fato que chamou a atenção de sua mãe, Delfina Ribeiro. “Fazia formas no espaço, formas que guardava de memória, corrigia e ampliava, como se as tivesse mesmo a desenhar”, disse, certa vez.
Em 1928, Niemeyer casou-se com Annita Baldo, filha de imigrantes italianos com quem teve uma única filha, Anna Maria Niemeyer . Com o casamento, resolveu deixar a boemia de lado e passou a trabalhar na tipografia do pai, Oscar Niemeyer Soares. Nessa mesma época, entrou para a Escola Nacional de Belas Artes, formando-se em 1934. Antes mesmo de se formar, Niemeyer já trabalhava no escritório dos arquitetos Lúcio Costa, seu futuro parceiro no projeto de Brasília, e Carlos Leão. Relutou em trabalhar em construtoras por não gostar da arquitetura convencional.
A convite de Lúcio Costa, viajou, em 1938, para Nova York, onde participou da elaboração do projeto do Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York. Em 1940, conheceu Juscelino Kubitschek, então candidato a prefeito de Belo Horizonte, que, depois de eleito, o convidou para criar o Conjunto da Pampulha, uma série de edifícios em torno do largo artificial. O projeto, segundo o arquiteto, foi feito durante uma noite, no Hotel Central.
Em 1945, Niemeyer filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, influenciado pelo pensamento de Karl Marx. Dois anos mais tarde, viajou a Nova York para integrar o Comitê Internacional de Arquitetos encarregado do desenvolvimento do projeto da sede da Organização das Nações Unidas. O trabalho de Niemeyer chamou a atenção do arquiteto e historiador grego Stamo Papadaki, que organizou o livro The Work of Oscar Niemeyer, publicado em 1950.
Sua primeira incursão na Europa aconteceu em 1954, para a França, ao lado de grandes nomes da arquitetura mundial, entre eles Le Corbusier, Arne Jacobsen, Max Taut e Walter Gropius. Aproveitou a viagem para conhecer a República Tcheca e a União Soviética.
Em 1955, o arquiteto lançou a revista Módulo, que circulou em edições mensais até ser interrompida pela censura do governo militar, em 1965. Retomada dez anos mais tarde, a revista foi publicada até 1987, quando chegou à edição de número 100.
Em 1956, foi convidado pelo presidente da República, Juscelino Kubitschek, para projetar a nova capital do Brasil. O arquiteto foi nomeado diretor do Departamento de Urbanismo e Arquitetura da Novacap e encarregado de organizar o concurso para escolha do plano-piloto de Brasília. No mesmo ano, foi convidado para fazer o cenário da peça Orfeu da Conceição, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
Oscar Niemeyer (Foto: Reprodução)
experiência da construção de uma cidade no centro do país foi relatada por ele no livro
Minha experiência em Brasília, de 1961. Nessa época, foi nomeado coordenador da Escola de Arquitetura da recém-criada Universidade de Brasília – UnB. Em 1965, demitiu-se da universidade por não concordar com a administração do governo militar.
Em 1967, com o endurecimento do regime militar brasileiro, Niemeyer foi  impedido de trabalhar no Brasil. Seu projeto do aeroporto de Brasília foi rejeitado e ele, então, decidiu se mudar para a França, onde recebeu autorização do governo francês para exercer a sua profissão. Durante a década de 1970, recebeu vários prêmios na Europa como reconhecimento pelo seu trabalho. Retornou ao Brasil no começo dos anos 1980, com o abrandamento do regime militar e a anistia dos exilados.
Em 1998, em comemoração aos seus 90 anos, recebeu como presente a exposição "Oscar Niemeyer 90 anos", que estreou no Pavilhão Manuel da Nóbrega, no Parque do Ibirapuera, local no qual foi responsável pelo conjunto arquitetônico. No mesmo ano, publicou no Brasil o livro de memórias As curvas do tempo. No ano seguinte, foi a vez de sua estreia na ficção, com Diante do nada.
Em 2004, Niemeyer ficou viúvo de Annita Baldo. Em 2006, casou-se com Vera Lucia, sua secretária.
Em 2007, ano de seu centenário, recebeu diversas homenagens, entre elas, a do então presidente Lula que lhe concedeu a medalha do Mérito Cultural, um reconhecimento de sua contribuição à cultura brasileira. Da França, recebeu o título de Comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra, concedido pelo embaixador da França no Brasil.
A contribuição de Oscar Niemeyer para a arquitetura brasileira é incalculável. Entre as suas obras mais conhecidas estão o Conjunto Copan, o Parque Ibirapuera e o Memorial da América Latina, em São Paulo, o Sambódromo do Rio de Janeiro, a Catedral, a Praça dos Três Poderes e o Palácio do Planalto, em Brasília, e o Museu de Arte Contemporânea em Niterói.
Pelo mundo, o arquitetou assinou o edifício da Editora Mondadori, em Milão, a sede do Partido Comunista Francês e Universidade de Constantine, na Argélia.
Em 15 de dezembro de 2011, o arquiteto recebeu em seu escritório em Copacabana, na zona sul do Rio, alguns amigos – entre eles, o cantor Chico Buarque – para comemorar seus 104 anos. Na ocasião, Niemeyer apresentou detalhes da construção do Centro Cultural Tom Jobim, em São José do Vale do Rio Preto, onde o maestro compôs “Águas de março”. Quem assinava o projeto era o arquiteto Paulo Sérgio, bisneto de Niemeyer.
Em 1998, aos 91 anos, em entrevista a ÉPOCA, o arquiteto falou sobre a velhice. “Acho uma m... (envelhecer). Tudo é pior. Para mim, a vida acaba aqui. Não acredito em Deus, coisa que tenho em comum com o José Saramago, que também acha que é preciso ser pessimista”. Niemeyer também definiu sua arquitetura como “leve” e revelou quais eram seus hobbies. “Gosto de fazer minha arquitetura, que é diferente, é leve, variada, lembra um pouco as coisas antigas de Minas Gerais. Gosto de ler, gosto de música, tocava um pouquinho violão, cavaquinho. Tenho os amigos mais diversos”, disse.

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