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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SAÚDE DO PRIMEIRO MUNDO;EM VEZ DE CURA,MAIS DOENÇAS

Por .   Postado  segunda-feira, novembro 26, 2012   Sem Comentários


A CULTURA DO CHECKLIST Miguel Cendoroglo Neto, superintendente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Um checklist parecido com o dos pilotos de avião reduz o risco de erros.“Foi difícil mudar a cultura dos médicos, mas hoje eles gostam” (Foto: Marcelo Min/Fotogarrafa/ÉPOCA)Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Harvard em dez bons hospitais americanos expôs um fato conhecido no meio médico: 25% dos pacientes internados sofrem algum tipo de dano. Mesmo nos centros americanos de alta tecnologia, pequenas falhas ou erros gravíssimos ocorrem rotineiramente. Esponjas cirúrgicas são esquecidas no corpo dos pacientes, membros errados são operados, crianças recebem excesso de medicação por causa da terrível caligrafia dos médicos
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Em vez da cura, mais doenças (Foto: reprodução)O excesso de confiança dos profissionais, a falta de comunicação entre os integrantes da equipe e o descuido em relação às normas de segurança (parece incrível, mas muitos médicos não lavam as mãos antes e depois de atender um paciente no quarto ou na UTI) expõem os pacientes a riscos desnecessários. No Brasil, o diagnóstico é semelhante. Os avaliadores de hospitais flagram erros de identificação, falta de pessoal qualificado, desleixo em relação à estrutura física (leia o quadro ao lado). O cenário é hostil, principalmente porque escolhemos hospital da forma mais subjetiva possível. Somos influenciados pelo marketing, pela decoração e pela opção das celebridades. Esta, por sinal, pode ser a pior maneira de eleger um médico. Makary relembra um caso exemplar. Trocando o nome dos envolvidos, poderia ser uma história bem brasileira.

Em 1980, Mohammad Reza Pahlavi, o xá do Irã, era um dos aliados mais importantes dos Estados Unidos. Quando um câncer no sistema linfático (linfoma) o fez adoecer de repente, Washington fez questão de oferecer o que havia de melhor na medicina americana. Michael DeBakey, o mais famoso cirurgião do mundo, chegou rapidamente ao Oriente Médio. Recomendou uma cirurgia imediata de remoção do baço. Nesse tipo de operação, há o risco de perfurar o pâncreas acidentalmente. Para evitar complicações, uma precaução básica é instalar um dreno cirúrgico. Ele evita que o fluido pancreático fique acumulado no corpo do paciente e provoque uma infecção. Confiante em sua habilidade, DeBakey não colocou o dreno. Ao final da cirurgia, declarou que a operação fora um sucesso. Recebeu medalhas e virou um herói no Oriente Médio. Pouco tempo depois, o xá começou a ter febre e vômitos. A infecção, combinada ao agravamento do linfoma, debilitou-o até a morte.
O erro do governo americano, do xá e de sua família foi não ter percebido que DeBakey era um excelente cirurgião cardíaco – não de abdome. Dos 479 artigos científicos que DeBakey assinara, mais de 95% eram sobre cirurgia cardiovascular. Apenas um mencionava o baço, e, ainda assim, ele não era o autor principal. A aura de superstar ofuscou a razão de todos os envolvidos. DeBakey errou duplamente. O excesso de autoconfiança o impediu de fazer o básico. Ou de pedir a ajuda de um especialista. Se até os poderosos erram ao escolher cuidados médicos, como o cidadão comum pode se defender?EPOCA

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