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sábado, 3 de novembro de 2012

CRACK; PODER PÚBLICO GASTA QUASE HUM MILHÃO DE REAIS POR MÊS COM TRATAMENTO DE DEPENDÊNTES

Por .   Postado  sábado, novembro 03, 2012   Sem Comentários



Todos os meses, o poder público - União, Estado e Município – gasta pelo menos R$ 939.978,00, somente em Fortaleza, para tentar tirar milhares de homens e mulheres da dependência química.

O valor soma as estruturas públicas às quais usuários de crack, álcool e outras drogas podem recorrer quando querem deixar pra trás uma vida de grandes perdas e mínimos ganhos. Quando querem tratamento contra uma doença que atinge, segundo estimativa do Ministério da Saúde, 600 mil brasileiros.
O valor foi calculado pelo O POVO a partir de números da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Na Grande Fortaleza, os dependentes têm à disposição, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendimento em Centros de Atenção Psicossocial (Caps AD) especialistas no tratamento de álcool e drogas, leitos para desintoxicação em hospital psiquiátrico e hospital geral, atendimento quando em situação de rua e acompanhamento em comunidades terapêuticas.

Carências

Apesar de contar com estrutura que cresceu nos últimos anos (eram apenas três Caps gerais na Capital em 2004, e agora são 14), a rede de atendimento é alvo de críticas. “A gente não tem nada (para tratar usuários de drogas)”, determina o psiquiatra e especialista em dependência química Osmar Diógenes. Ele afirma que a rede na Capital está abarrotada. “Do jeito que está a tendência é piorar”.

A falta de leitos de desintoxicação/ressocialização para homens e, principalmente, para as mulheres é um grande problema, na avaliação do médico, que defende a internação para tratar os dependentes. “Não adianta imaginar que vai tratar dependente químico, principalmente de crack, se não for em contexto protegido, como comunidade terapêutica ou hospital sério”.

A Capital tem 32 leitos de desintoxicação em hospitais: 20 no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, em Messejana, e 12 na Santa Casa de Misericórdia. Apenas quatro são para mulheres. Há ainda 24 leitos de acolhimento em dois dos seis Caps AD da Capital e 120 vagas em comunidades terapêuticas (somente na rede municipal).

A pouca quantidade de vagas também preocupa Sandra Coelho, gestora do hospital psiquiátrico em Messejana. “(O hospital) sempre está cheio”, diz. A quantidade de leitos de desintoxicação nunca aumentou e os leitos para mulheres dependentes estão entre os leitos comuns da psiquiatria. “É um contrassenso não se investir nessa prevenção e nesse tratamento. Os prejuízos financeiros ou quaisquer outros com prevenção e tratamento são infinitamente menores que os prejuízos que esses meninos provocam usando drogas.”

A coordenadora técnica do Pacto pela Vida, Juliana Sena, identifica “lacunas” na rede assistencial da Capital para tratamento dos dependentes. O pacto é iniciativa do Conselho de Altos Estudos da Assembleia Legislativa. E as lacunas não estão apenas na instância do tratamento, segundo Juliana. Ela diz ser importante qualificar os profissionais, intensificar as medidas de prevenção e proporcionar reinserção dos dependentes em tratamento.
Quando o uso de drogas não é impedido com medidas preventivas de educação, assistência social e repressão ao tráfico, os dependentes químicos se tornam questão de saúde pública. Governos, então, precisam investir em estrutura
e profissionais para tratar os usuários.
Além das três comunidades terapêuticas conveniadas com o Governo do Estado na Grande Fortaleza, há uma em Jaguaruana. Dependentes de todo o Ceará podem ser levados para todas as quatro comunidades, independente da cidade de origem.

Em matéria publicada em junho de 2011, O POVO mostrou que 88% dos dependentes químicos em tratamento na Grande Fortaleza eram usuários de crack.

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