O PT pressionará pela reforma política em 2013, especialmente pelo financiamento público de campanhas eleitorais, disse ontem o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, ao comemorar o que chamou de uma "grande vitória" da sigla nas eleições municipais, que tiveram o segundo turno realizado no domingo.
Rui Falcão negou que a busca pela aprovação do financiamento público de campanha tenha relação com a condenação de petistas pelo STF
Falcão negou que a busca pela aprovação do financiamento público de campanha tenha relação com a condenação de figuras importantes do PT no julgamento da ação penal do mensalão, e disse que, apesar do desfalque de figuras como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino, o debate que o partido quer fazer com a sociedade no ano que vem será "profícuo".
"Não há uma relação entre uma coisa e outra", disse Falcão. "A reforma política vem sendo defendida pelo PT há anos". O presidente petista disse que a performance do partido nas eleições municipais deste ano representou uma "consolidação do nosso projeto nacional" e destacou a vitória de Fernando Haddad em São Paulo entre as mais relevantes para a sigla.
"A vitória em São Paulo tem impacto nacional e internacional", ressaltou.
Sobre a possibilidade de ampliação dos aliados do governo da presidente Dilma Rousseff, Falcão indicou que o PSD, partido do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pode se juntar à base. Em meio a expectativas de que o PSD seja contemplado com um ministério se Dilma fizer um rearranjo em sua equipe por conta das eleições municipais, o presidente do PT disse que o apoio do partido de Kassab será conversado mais para frente. "Se o PSD todo vier, será muito bem-vindo".
Mensalão
Falcão evitou fazer comentários sobre o julgamento da ação penal do mensalão no Supremo Tribunal Federal, que está atualmente na fase de definição das penas, e repetiu que a sigla irá se manifestar no "melhor momento", o que, segundo uma fonte, pode acontecer na próxima quinta-feira quando a Executiva Nacional do PT se reúne.
O dirigente procurou minimizar a provável ausência de figuras importantes da legenda, condenadas no processo, que devem desfalcar o partido no ano que vem quando, segundo Falcão, o PT quer fazer uma "avaliação da sociedade brasileira". "Acho que vai ser um debate muito profícuo, a despeito de alguns companheiros não puderem participar tão diretamente", disse.
Prejuízos
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que o julgamento do mensalão trouxe prejuízos a seu partido nas eleições municipais. Para ele, o PT poderia ter obtido um desempenho melhor se não houvesse coincidência de datas entre o julgamento no STF e o pleito.
"É óbvio que o mensalão, da forma como foi conduzido e o período do debate, trouxe prejuízos ao PT. Seria incoerente afirmar que o mensalão não atrapalhou", disse Maia.DN
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