A ministra Eliana Calmon, nordestina, ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça, além de muito culta, já que tem um currículo invejável, é desassombrada. Lutou denodadamente para proteger a magistratura dos maus juízes, com respeito, mas sem nenhum temor. Causou algumas controvérsias dentro da sua classe, um mal-estar entre seus pares e uma polêmica nacional, quando afirmou que havia bandidos de toga infiltrados na magistratura. Recebeu críticas de alguns colegas retrógrados, mas a maioria e o Brasil ficaram ao seu lado.
Numa decisão do STJ, que impedia que o Conselho investigasse juízes antes que os tribunais em que atuam analisassem sua conduta, isto reduziria a competência do CNJ, órgão criado para investigar e controlar no Judiciário os maus juízes. Para a Dra. Calmon, era fundamental que o Conselho pudesse tomar a iniciativa de investigar juízes desonestos sem esperar pelos tribunais estaduais. Lutou braviamente e conseguiu o seu intento. Sua postura foi sempre de pressionar contra acusados, com fundamentos. Vamos torcer para que o seu substituto, ministro Francisco Falcão, que já entrou prometendo continuar com o mesmo rigor da sua antecessora, consiga também dar mais agilidade e transparência ao Judiciário.
Não será utopia pensarmos que nossa Justiça vislumbra novos tempos, quando o atual corregedor do CNJ diz que ainda existem alguns "vagabundos" que precisam ser retirados do judiciário. Estou de acordo com a Dra. Calmon quando disse: "a luta contra a corrupção tende a tomar corpo. Temos que trabalhar para afastar este mal das nossas instituições". Que assim seja.DN.
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