CUIDADO, SEU VOTO PODE SER USADO COMO HABEAS CORPUS A FAVOR DA IMPUNIDADE

Não se deve admitir que hipocritamente em nome da democracia, o voto popular seja usado como habeas-corpus preventivo contra toda e qualquer investigação, tampouco como salvo-conduto a estimular a impunidade

O perfil de um candidato construído durante a campanha eleitoral pode ser decisivo na definição do voto do eleitor, ao fazer com este identifique no pretendente os atributos que julga necessários para atender suas perspectivas de futuro. Seja para a continuidade de um estilo de governo que lhe satisfaz ou para uma deseja mudança de rumo.

Contudo, no comando de uma cidade e do destino de sua gente, mais importante que as virtudes decantadas de um político e que podem consagrá-lo numa eleição, são as escolhas que se faz no exercício efetivo do poder que lhe foi outorgado pelo próprio povo.

Assim, não se deve admitir que hipocritamente em nome da democracia, o voto popular possa ser utilizado como uma espécie de habeas-corpus preventivo contra toda e qualquer investigação motivada por denúncias e evidências concretas de irregularidades. Tampouco, que seja usado como salvo-conduto a estimular a impunidade, quando se transita de maneira inconsequente pelo atalho do “jeitinho” que conduz ao perigoso território da ilicitude.

Porém, nem só de obras se sustenta a credibilidade de um governo, mas também de toda resposta efetiva que se dá a todos que nele depositaram um voto de confiança. O que se espera do prefeito e do vice quando, por seus próprios malfeitos, se vêem na condição de denunciados em um processo político-administrativo que pode lhes custar o próprio mandato, é que demonstrem ao menos a coragem de se defender e não a covardia de se esconder atrás do voto recebido na eleição.

Dos culpados não se espera nada mais além do que a dissimulação, a fuga, os argumentos evasivos e a tentativa de desqualificar as evidências do mal praticado.

Na vida pública, em especial para aqueles que exercem um poder circunstancial e temporário consagrado pelo voto popular, se defender é mais que um direito: é um dever a ser cumprido, uma obrigação!

Se hoje integrantes do PMDB, do PT,  e outros hipócritas travestidos de progressistas pedem respeito ao voto popular, há tempos a sociedade IPUENSE  em seus sonhos, pela incompetência administrativa e pela corrupção, clama por respeito às leis, à ética, à transparência e aos interesses públicos.

Quem se traveste de democrata para violentar a própria democracia é como lobo em pele de cordeiro. Quando isso acontece, assistimos aos partidos deixarem de ser uma união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, para se transformarem em uma alcatéia de carniceiros vorazes e decididos a não larguarem o osso do poder.

Só para hipócritas  e retrógrados o fim – muitas vezes inconfessável – justifica os meios. Para estes é bom lembrar que ainda não existe nada mais revolucionário e transformador do que a busca pela verdade.