Sou cristão. Meio relaxado, mas sou cristão. Falto à missa no domingo, peco contra a castidade, desejo da mulher do próximo, mas não mato nem roubo. Não mato porque não é da índole lá de casa, e não roubo porque roubar só vale a pena do Banco Central pra cima. Roubim pé-de-chinelo, de lascado, é pura besteira. Roubo tem que ser da cachoeira pra cima. Pois bem; aqui no Ceará, guardadas as devidas proporções roubo bom tem sido feito numa bica, onde a água derrama sobre a cabeça das pessoas, o tiranete de um desastre provado por delegados e procuradores, mas negado por magistrados superiores, que como diz Geraldo Accioli não conhecem a Cidade. Uma vez fui ao Ipu, ainda muito jovenzinho, jogar futebol de salão. O time de lá convidava; dava casa, comida e pagava o combustível do carro da gente. Um diretor do Ipu, homem de uma seriedade jamais vista, Antônio Martins, quase dois metros de honestidade e bondade, deu uma mãozada no capô do carro que quase fura os pneus quando nosso diretor disse, à molecagem, que o tanque do Land Roover do dr. Batistinha pegava 100 litros de gasolina. Seu Antônio Martins deu a porrada e gritou com um vozeirão que tremeu a serra do Ipu até Viçosa: Reúnam a diretoria pra ver esse tanque. Foi duro acalmar o homem. O Aragão, correspondente do Correio do Ceará, pai da Gonçalinha, segurou a fera e Seu Antonio, o grande Antonio Martins foi, ele mesmo, encher o tanque na bomba que ficava perto da casa do Fran Erle. Pois bem; conto essa historinha pra lamentar que no Ipu não tenha mais um Antônio Martins pra botar pra vigiar as contas do tanque sem fundo da Prefeitura, onde o circo dos horrores fez morada e fica por isso mesmo. Volta seu Antônio que eu peço pro Aragão, lá do céu, não se meter.MACARIO
Muito bem
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