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sábado, 9 de junho de 2012

O PREÇO DE UMA ELEIÇÃO

Por .   Postado  sábado, junho 09, 2012   Sem Comentários



"Por que as eleições estão cada vez mais caras?"



 




Reis conta que o político respondeu sem hesitar: “São caríssimas porque se paga cada vez mais caro pelo apoio dos líderes”. Seguiu-se daí uma explicação sobre lei de oferta e demanda e o aumento de custos de uma atividade cada vez mais profissionalizada: a compra de apoio político. “E uma coisa que mais me impressionou: agora com a CPI (do caso Cachoeira), a imagem dos corruptos está pior e o apoio estará mais caro”, detalha.

O juiz eleitoral explica que essas lideranças são amplamente conhecidas pelos políticos, que pagam preços quase tabelados. “São presidentes de associação, prefeitos e vereadores que vivem da manipulação, que mostram os votos que conseguiram e negociam”, descreve Reis. Esse tipo de esquema demanda mais dinheiro, principalmente para “caixa 2”, já que “pagamento de liderança” não entra como rubrica de prestação de contas, explica Reis.
 
Sobem os gastos

Os gastos declarados na campanha para prefeito em Fortaleza passaram de R$5,7 milhões, em 2004, para R$9,7 milhões, em 2008, o que representa aumento de pouco mais de 70%. Levando-se em conta a relação entre gastos e votos válidos, o valor passou de R$5,12 para R$8,19 por voto, aumento de quase 60%.

Na avaliação do consultor político e professor da Universidade de São Paulo (USP), Gaudêncio Torquato, de modo geral, os custos das campanhas não têm aumentado de maneira extraordinária de uma eleição para outra. “Não estamos vivemos uma crise econômica que possa reduzir os custos. Mas depende muito de estado para estado. Quanto menor a densidade eleitoral, menor o custo”, avalia.

Isso significa dizer que sai mais caro eleger um prefeito em Boa Vista (RR), com 284.313 habitantes, do que em Fortaleza, por exemplo. Para as eleições deste ano, Torquato projeta aumento médio de 10% a 15% nas médias e grandes cidades do País.

Segundo Torquato, os grandes custos das campanhas se concentram na produção dos programas do horário eleitoral. “As produções estão cada vez mais se sofisticando. Apresentam o candidato de maneira mais cosmética, bonita, preocupada com a forma e em aprumar o discurso”, aponta Torquato, que tem experiência de mais de 30 anos em campanhas políticas. (Thiago Mendes - thiagomendes@opovo)

Saiba mais

Entre as eleições de 2004 e 2008 um escândalo nacional marcou época. Em 2005, ganhou repercussão o suposto esquema conhecido como “mensalão”, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com formação de “caixa 2” para as campanhas.

O caso será julgado a partir do dia 1º de agosto agosto pelo Supremo 
Tribunal Federal (STF). O tema deve esquentar as discussões da campanha deste ano. 

 
Avalia-se que o receio com a repercussão do caso tenha contribuído para maior inclusão de gastos no “caixa 1” das campanhas. Isso justificaria o significativo aumento nos gastos de campanha declarados quando se compara as eleições de 2004 e as eleições de 2008. Apesar do temor, especialistas garantem que o uso de “caixa 2” ainda é recorrente no Brasil


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